truculência de pés-de-porco

Vamos lá. No final de semana, um grupo de mulheres que participava da Feira do Livro Feminista e Autônoma (FLIFEA) relatou algo que achei impensável em nosso país. Foi no domingo, de noite. Investidos do manto de talibãs de plantão, um brutal grupo de pés-de-porco desceu o cassetete nas meninas. Durante uma abordagem dos pés-de-porco, nove delas ficaram feridas, sendo quatro com maior gravidade, necessitando de atendimento médico.

Cabe destacar: esses caras não merecem ser chamados de brigadianos. Chamo-os de porcos, sim, de pés-de-porco, pois não merecem a farda que tapa seus corpos. Eu tenho gente minha na BM, amigos, parentes, gente boa e trabalhadora, que honra a farda que cobre seus corpos. Nunca, não vou misturar essa ralé bagaceira que bate nos mais fracos com profissionais decentes e honrados, aliás, dos quais muitos são do sexo feminino.

Como a coisa toda iniciou? As participantes relatam que os pés-de-porco (insisto, isso que atacou ali não é a BM) chegou ao local do evento, a praça João Paulo I, ali, entre a Avenida Jerônimo de Ornelas e a Rua Santa Terezinha, no bairro Santana. A acusação que levou as otoridades, supostamente, foi de barulho. Investidos do título autoproclamado de fiscais do ruído alheio, numa abordagem extremamente agressiva, desceram a lenha e desferiram golpes e mais golpes nas mulheres (algumas, por sinal, que filmavam a ação). Uma estava grávida. Isso não foi relevante para os bestiais de plantão. Note que não os chamo de gorilas, pois os verdadeiros macacões são pacatos vegetarianos, bons de jogo de cena mas sossegados até o último. E eles espancaram uma gestante. E ameaçaram abrir fogo contra as meninas. Algumas das mulheres que tentavam, no desespero, fugir para uma pretensa segurança, eram perseguidas, espancadas, derrubadas. Apavoradas, o estresse não permitia que saíssem das agressões dos policiais. Caídas no chão, apanhavam com cassetetes e chutes de coturnos. Vinte policiais bem treinados e armados contra trinta mulheres apavoradas. E chutaram uma gestante.

Será que o pé-de-porco ordinário e desqualificado (você não merece vestir a farda que cobre seu corpo, lixo humano! Não merece estar na BM!) que chutou a gestante imaginou que isso poderia ter sido com a senhora que o pariu? Será que o oficial que tentou em vão explicar o inexplicável se lembra que saiu do ventre de uma mulher do sexo feminino? Será que os porcos que caíram chutando lembram que há um quadro de nobres e valorosas brigadianas, desde soldadas até oficiais bem antigas?

Faço meu o refrão das meninas: "mexeu com uma, mexeu com todas!". Me horroriza a misoginia desses pés-de-porco, que jamais poderiam usar a farda e o brasão da BM. Me escandaliza ver, passado tanto tempo da execrável ditadura militar, que ainda há perseguições e espancamentos desse tipo. Se o problema, de fato, era o ruído, que negociem horários, faixas de tempo. Infelizmente, ainda há os covardes que fomentaram o ódio dos pseudo-brigadianos. Os pequeno-burgueses que, querendo levar sua vidinha inútil em "silêncio" e "sossego", chamam os porcos de plantão, e não os brigadianos, e, certamente, os estimulavam em seu ódio cego.

Mexeu com um segmento da sociedade, mexeu com todos! Que sejam identificados esses pés-de-porco e chamados na disciplina, de forma exemplar! Esses manés, certamente, se acadelariam em uma ação contra traficantes, contra bandidos de verdade. É o tipo de gente que estufa o peito diante de quem aparenta menor força física, como mulheres, estudantes, gente pobre, fraca e faminta. É o tipo de lambe-botas que chama traficante e bicheiro de doutor e por aí vai.

Meninas, solidariedade... vi a marcha de vocês na segunda, em direção ao centro. Força!

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