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Mostrando postagens de março, 2014

refletindo o 31 de março

“quero trazer à memória o que me pode dar esperança” (Lamentações de Jeremias, 3.21)   Hoje é 31 de março. Para fugir da data considerada Dia da Mentira, os tiranos de 64 trocaram a data do Golpe, chamado por eles de Revolução.   Hoje é dia de luto por aqui. O tempo cinzento parece solidarizar-se com o pensamento naqueles e naquelas que pereceram, que sofreram tortura, que amargaram o exílio. Hoje penso em como alguém pode torturar crianças para arrancar de seus pais "verdades"... Vejo esquecida a corrupção, as mega-obras que permitiram o enriquecimento de empreiteiros e milicos da linha dura, o descaso à Saúde, as negociatas, a super-inflação... Há muitas viúvas dos golpistas. Gente egoísta/golpista, focada em sua realidadezinha pequeno-burguesa, acalentada pelas novelas e noticiários tendenciosos. Tenho vergonha dos religiosos que abraçaram a causa do golpe, num absurdo sentimento anti-comunista que havia nas mentes direitosas. Ora, se um latifundiário como Jan

31/03/1964 (ou: o mais sem graça dos primeiros de abril da História)

Pra não esquecer Pra não voltar, enfim Aquele tempo, aquela noite... Gemidos atrozes, Passos de algozes Risos de escárnio (ameo-ou deixe-o) Fugas e preces Na madrugada negra Louca escapada, nega Deixo pois amo esse país E nunca esquecer O gosto do chumbo quente O grito da alma ardente A sede de uma aguardente Saudade de seu lugar Pra nunca esquecer A culpa na mão tirana A voz omissa e profana O tempo que foi ao léu Quem vai dizer Enfim a verdade dura O fim de uma ditadura A gente virando nação...

Bicicleta no outono...

Um de meus amigos mais chegados é um híbrido de professor universitário, psicólogo e ciclista. Desses que vai até Buenos Aires de bike, e só não voltou com o mesmo meio de transporte devido ao roubo do veículo... Desses que vai à Nova Zelândia aprender inglês e pedalar a magrela. Desses que faz os filhos pedalar antes dos primeiros engatinhados. Desses que tem a atitude ecológica de queimar glicose ao invés de gasolina. Pois pensando nesse amigo que eu li com especial cuidado a notícia da morte de Patrícia Silva de Figueiredo. E você irá dizer: quem?? A menina, de 21 anos, aluna do segundo período da Pedagogia da UFRGS, era daquelas bibicleteiras inverteradas, militante, curtindo as pedaladas do Massa Crítica, e fazendo do pedal e selim mais que um transporte, um ideal de vida, um estilo de vida, uma linha ideológica. Um ônibus interrompeu seu trajeto entre a sua casa e a FACED/UFRGS ontem pela manhã. Perto do Ginásio Tesourinha, relativamente perto de seu destino. Faltaria apena