...e hoje é dia dos Santos Reis!!! Fala, Síndico!!!


O eterno síndico Tim Maia uma vez cantou que "Eles chegam tocando, sanfona e violão, os pandeiros de fita carregam sempre na mão". Segundo a tradição  cristã, conforme nos conta Mateus, seria o dia em que Jesus, recém-nascido, recebera a visita de "uns magos do oriente" (Mt 2:1). Tradicionalmente, se convencionou dizer que são três Reis Magos, promovendo os magos do oriente a reis.

Os tais reis, ou magos, ou reis magos, teriam vindo "do leste" para adorar e presentear ao menino Jesus recém nascido. A tradição diz que traziam presentes, ouro, incenso e mirra. Melchior, Baltazar (não o ex-centroavante gremista, com homônimo corintiano nos anos 50) e Gaspar, não seriam reis. Aliás, nem necessariamente três mas sim. Pesquisadores mencionam que seriam sacerdotes zoroastristas persas. Como não diz quantos eram, diz-se três pela quantia dos presentes oferecidos. Aliás, os nomes também não estão registrados na Bíblia.

Talvez fossem astrólogos ou astrônomos. De que outro jeito eles teriam visto com tanta atenção aquela estrela que apontava para a Judeia? Até que os magos chegassem ao local onde estava o menino, já havia se passado algum tempo, por causa da distância percorrida, assim a tradição atribuiu à visitação dos Magos o dia 6 de janeiro.

Os presentes oferecidos têm sua simbologia. O ouro pode representar a realeza e uma ajudinha para a famosa fuga para o Egito, pois, por mais que o menino fosse O menino, um dindim sempre é legal...  O incenso representa a fé, pois é usado nos templos, terreiros e centros de meditação para simbolizar a oração que chega a Deus assim como a fumaça sobe ao céu. A mirra, resina antisséptica usada em embalsamamentos, nos remete ao destino daquele menino, o Cristo que seria crucificado adulto. Sabe-se que um composto de mirra e babosa foi usado no embalsamamento de Jesus, conforme João 19:39-40.

Se são magos, reis, reis magos, se vieram do oriente, da Arábia Feliz, de Ur, não importa. Se eram zoroastristas, astrólogos, mestres em artes divinatórias, também é o de menos. O que importa é que eram pessoas de certo poder e prestígio, que valorizaram o nascimento de um menino num estábulo, e o trataram com a divindade e veneração que toda criança merece. Como nas palavras de João Cabral de Melo Neto, eles vieram valorizando o novo, que é " belo porque tem do novo a surpresa e a alegria. Belo como a coisa nova na prateleira até então vazia. Como qualquer coisa nova inaugurando o seu dia. Ou como o caderno novo quando a gente o principia. E belo porque com o novo todo o velho contagia. Belo porque corrompe com sangue novo a anemia. Infecciona a miséria com vida nova e sadia. Com oásis, o deserto, com ventos, a calmaria.":


E não há melhor resposta
que o espetáculo da vida:
vê-la desfiar seu fio,
que também se chama vida,
ver a fábrica que ela mesma,
teimosamente, se fabrica,
vê-la brotar como há pouco
em nova vida explodida;
mesmo quando é assim pequena
a explosão, como a ocorrida;
mesmo quando é uma explosão
como a de há pouco, franzina;
mesmo quando é a explosão
de uma vida severina
.

Em tempo: o grande mestre do humor Chico Anísio, ao lado do não menos genial Arnauld Rodrigues, gravaram essa pérola sobre o tema...


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