sexta...

Sensação de ressaca. Juro que a coisa mais forte consumida nas últimas 24 horas foi  café preto, bem passado. Um casamento profano de sinusite e resfriado fazem minha cabeça parecer um bongô e lembrar das aulas de Anatomia, quando falo dos seios faciais. A mistura de pressão, vias aéreas entupidas e dor chata e constante são um convite a pedir a piedade dos deuses e deusas do tempo, pedindo uma clemente noite de descanso....se a sinusite deixar, claro.

Hoje, alunas da Psicologia me procuram, como abelhas ao redor das primeiras flores da primavera. O motivo foi tirar aquela velha dúvida dos canais de sódio, de cloreto, quem polariza, quem inibe, essas coisas que a gente ensina, na hora o aluno decora, acha que vai deixar na gaveta e lá um belo dia uma colega relembra que essas coisas existem. Ainda bem que me considero um professor com possibilidade de recall, pronto para repartir alguma coisinha que a gente tenha no HD externo. Ainda relembro as criaturas sobre as alegrias e prazeres do scielo.org , mais completo que a versão nacional. É legal se sentir um porto seguro pra gente que busca o conhecimento.

Ainda ontem, enquanto aguardava a hora de descer ao campus Americano, me dividi entre um gostoso papo com a eterna aluna e hoje colega Karina Stroschein, e acudir o pessoal do laboratório e dar aulas. O papo com a Karina é de lei. Sempre digo ao pessoal da Enfermagem que ela é a maior prova de que existe vida inteligente após sobreviver às minhas disciplinas. O barato de conversar com a Ka é, além de ter a chance de privar de sua gentileza, inteligência e sensibilidade agudas, é o prazer de ver seu olhar de aluna que se faz mestra a cada dia, numa linda descoberta, mas sem perder a paixão por aprender que trazia lá no comecinho do curso... Talvez eu tenha esse mesmo olhar perto da Heidi, da Sônia e tantos outros, só nunca me dei conta. Toda feliz com a aula de Epidemiologia do mestrado hoje, não temia o denso ferramental estatístico que a matéria exige. Essa tá no rumo certo, e é uma grande profissional!!

Também os meninos do laboratório me procuraram com a ansiedade de quem tem que preparar um volume hipopotâmico de soluções... calmamente, pego nosso livro (Práticas em Biologia Celular, editora Sulina/IPA, à venda pela internet nos bons sites ou na Livraria do IPA mesmo), mostro a tabela dos tampões e sai o tal tampão fosfato 0,1 molar com a mistura de formalina e glutaraldeído que eternizarão fragmentos de tecidos extirpados de ratos que o amigo e colega Marcello Mascarenhas tratou com extrato da flor Datura, vulga cartucheira, de reconhecidos efeitos psicotrópicos. Vamos ver o que os ratinhos dopados nos escondem em suas entranhas...força, gurizada!!!

Sexta..dei minha aula...Carboidratos para a Enfermagem. Agora aguardo alunos que brigaram com o despertador ou não me acham em meio a uma praça de alimentação quase vazia. Uma entrevista para a sobrinha de uma ex-aluna, trabalho escolar, sempre bem vindos. Quanto aos retardatários, nada que alguns emails posteriores não ajustem. Daqui a pouco, estrada e SEMAM. A BR 116 tem a característica, como diria o seu Normann pai, de "broxar presidiário". Realmente, encarar o anda-para-freia-xinga-buzina-anda...de um congestionamento quilométrico é algo que faz minha complacente calma ir pro beleléu, e me exige doses elevadas de boa música no mp3 do celular para manter uma certa serenidade que resista à ferrugem da ansiedade e do estresse. Após as lidas na prefeitura, uma reunião com orientados, pegar Sophia, gastar energia na esteira e relembrar que amanhã é sábado, e que a gente tem que ser feliz.


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