tia Lala
Minha família materna tem personagens muito interessantes e queridos/as. É o caso da minha tia-avó, a dona La Hire, ou como a conhecemos, a tia Lala. Tia Lala é a irmã caçula de uma família de três meninas que viram o pai, um excelente alfaiate, falecer cedo. Minha avó cedo também adoeceu, uma "mancha no pulmão", sinônimo politicamente correto de tuberculose, em uma época em que o bacilo de Koch era estigmatizante como a AIDS nos anos 80 e 90. Na época, a tia Lala foi à luta, para ajudar à mãe e irmãs com o seu trabalho, ganhando um extra para os caros remédios. O espírito familiar ali era forte, como ainda hoje o é entre nós.
Passado o tempo, tia Lala casou com meu tio-avô, que não tive a alegria de conhecer. Tio Vini faleceu cedo, quando minha prima Rejane ainda era pequena. Foi uma gestação que demorou a acontecer, para os padrões da época, pelo que as tias contam. A morte de meu tio-avô trouxe reveses à tia e à prima. Me lembro vivamente da época em que a tia Lala e a Rejane moraram conosco. Para o menino de cinco anos, aquela moçona de 16 era uma espécie de irmã mais velha, uma espécie de anjo da guarda. Uma abençoada bolsa de estudos garantiu a Faculdade de Química na PUC para ela, cortesia de uma visita de meus persuasivos avós a Brasília e a um feliz acaso de encontrar um deputado com boa vontade (mas essa é outra historinha). A competência rendeu uma interessante carreira docente na própria PUC, no Estado e na rede ULBRA. O tempo andou, em paralelo com a vida profissional. Rejane casou, nasceram meus primos, e, claro, levou a tia com ela. Anos mais tarde, o destino moveu suas peças de xadrez, e veio a separação dela. Minha tia-avó, com o tempo, revelou ter uma herança de outras pessoas da família, a diabetes. Regrada e sempre cuidando de sua medicação, ela sempre que nos visitava, ou visitava minha avó, levava sua inseparável bolsa de remédios para o diabetes.
Veio o tempo. Novas histórias. Novos caminhos. Hoje, elas moram fora do fervo de Porto Alegre, em um sítio. O sossego de vez em quando, alertado pelos cães, é interrompido pelo barulho familiar, afinal de contas não somos exatamente as pessoas mais silenciosas do mundo, sempre passionalmente gritões, glutões e chegados a muita cerveja e vinho, além do inseparável champanhe de final de ano de minha irmã e primas... Nesse bucolismo todo, minha tia aguarda uma expectativa: conhecer o bisneto, filho de minha prima Viviane, que virá em dezembro.
Na sexta-feira, um susto. Minha mãe avisou que a tia estava "hospedada" no Hospital São Lucas. Para meu alívio, o hospital é reduto de alunos/as da Enfermagem que passaram por mim, o que me faz feliz por saber que minha velhinha está em boas mãos... Me orgulho de poder ter uma pessoa tão importante para mim cercada de cuidados de gente que o tempo me trouxe às mãos, e que até hoje sorriem ao trocar olhares comigo no corredor da faculdade e por aí.
Boa sorte, tia!! Estamos na torcida! Beijos!!!
Passado o tempo, tia Lala casou com meu tio-avô, que não tive a alegria de conhecer. Tio Vini faleceu cedo, quando minha prima Rejane ainda era pequena. Foi uma gestação que demorou a acontecer, para os padrões da época, pelo que as tias contam. A morte de meu tio-avô trouxe reveses à tia e à prima. Me lembro vivamente da época em que a tia Lala e a Rejane moraram conosco. Para o menino de cinco anos, aquela moçona de 16 era uma espécie de irmã mais velha, uma espécie de anjo da guarda. Uma abençoada bolsa de estudos garantiu a Faculdade de Química na PUC para ela, cortesia de uma visita de meus persuasivos avós a Brasília e a um feliz acaso de encontrar um deputado com boa vontade (mas essa é outra historinha). A competência rendeu uma interessante carreira docente na própria PUC, no Estado e na rede ULBRA. O tempo andou, em paralelo com a vida profissional. Rejane casou, nasceram meus primos, e, claro, levou a tia com ela. Anos mais tarde, o destino moveu suas peças de xadrez, e veio a separação dela. Minha tia-avó, com o tempo, revelou ter uma herança de outras pessoas da família, a diabetes. Regrada e sempre cuidando de sua medicação, ela sempre que nos visitava, ou visitava minha avó, levava sua inseparável bolsa de remédios para o diabetes.
Veio o tempo. Novas histórias. Novos caminhos. Hoje, elas moram fora do fervo de Porto Alegre, em um sítio. O sossego de vez em quando, alertado pelos cães, é interrompido pelo barulho familiar, afinal de contas não somos exatamente as pessoas mais silenciosas do mundo, sempre passionalmente gritões, glutões e chegados a muita cerveja e vinho, além do inseparável champanhe de final de ano de minha irmã e primas... Nesse bucolismo todo, minha tia aguarda uma expectativa: conhecer o bisneto, filho de minha prima Viviane, que virá em dezembro.
Na sexta-feira, um susto. Minha mãe avisou que a tia estava "hospedada" no Hospital São Lucas. Para meu alívio, o hospital é reduto de alunos/as da Enfermagem que passaram por mim, o que me faz feliz por saber que minha velhinha está em boas mãos... Me orgulho de poder ter uma pessoa tão importante para mim cercada de cuidados de gente que o tempo me trouxe às mãos, e que até hoje sorriem ao trocar olhares comigo no corredor da faculdade e por aí.
Boa sorte, tia!! Estamos na torcida! Beijos!!!
Parabéns por sua iniciativa,criatividade e poder de síntese. Certamente esta corrente irá ajudar a sua recuperação e permanência conosco por mais um periodo, no minimo para que ela possa conhecer o seu bisneto, que é o seu combustível de vida ,no momento.
ResponderExcluirOBS: Nome correto LA HIRE Origem Francesa.
Abraços lauro
Lauro
valeu, tio!!!!! Um abração!!!
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