Salve Elis!

Não escondo de ninguém minha admiração por Elis Regina Carvalho Costa, porto-alegrense, cantora, mãe de três artistas, ex-aluna do Instituto de Educação General Flores da Cunha, ex-moradora do IAPI, nascida como eu na Beneficiência Portuguesa de Porto Alegre, e, nas palavras de Caetano Veloso, Milton Nascimento e torcidas de Grêmio e Corinthians (nossos times do coração, aliás; o Grêmio de casa, vô Otacílio e tios, o Coringão por carinho ao estado que me acolheu por dois anos, ao mestre Eliseu e à comadre Cris), "a maior cantora desta terra". Não escondo de ninguém que tenho várias músicas suas no celular, de várias fases, que me acompanham direto por aí.

E eis que, ao ver o desfile de carnaval de Sampa, já pelo noticiário, derrubado que fui pela tentativa de botar os filmes da estante em dia (apagamos pouco depois do cavalo do produtor hollywoodiano perder a cabeça em "O Poderoso Chefão", após degustar "A Irmandade do Anel" inteira), me deparo com a parca notícia dada pela mídia sobre o desfile da Vai-vai. Em compensação, o desfile pautado em uma certa atriz que colloriu em uma eleição de 1989, ah, vários minutos midiáticos, muita luz e reverência.

Olhei. Vi a magra cobertura, mais atenta ao fato de Maria Rita Mariano estar à testa do desfile, na Comissão de Frente, citando os irmãos, em um flash de deixar Barry Allen parecer uma lesma.

Corta pra terça.

Entre um bolinho de chuva e outro, a apuração de Sampa, na voz de Zulu, inconfundível. Os décimos contados, torcendo pela conterrânea. Apesar de não ter herdado do bisavô Arnaldo Borba a tesão carnavalesca (só o amor ao violão - de onde vocês acham que veio?), acho bonita a manifestação, a união das pessoas pela festa, curto a alegria das pessoas, acho uma festa bonita, sob vários aspectos (fica a dica pro papo de boteco!). E vá torcer pela Vai-vai. Meu cantinho de coração paulista, dos dois anos morados em Campinas, pulsando. Goles do café bem forte da Ka ligando mais ainda.

E o resultado. Nas palavras do maestro pé quente João Carlos Martins, "a música venceu de novo". De algum lugar no Céu, aquela que agora é uma Estrela deve ter soltado aquele sorriso metade gengivas, metade dentões felizes. Juro que o ventinho que senti era de seus braços girando, Hélice Regina num Arrastão mágico. A pequenina quadra no Bexiga ficou menor ainda para tanta alegria. Justiça foi feita, no finalzinho da apuração, adrenalina derramada e o festejo noite adentro, ao som do riff de "Maria, Maria", incorporado ao tema enredo da Escola.

Valeu, Vai-vai, valeu Elis! Presentão de 70 aninhos, Pimentinha!!!

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