mais apocalipse diário!!

Hoje nos sites de notícia, em especial no Pragmatismo Político, vejo que uma veneranda senhora nipônica, a dona Ayako Sono, andou escrevendo, no dia 11 de fevereiro, umas coisas bem sinistras no muito lido e muito reacionário jornal Sankei, um dos mais importantes veículos escritos do país. Não é pouca coisa não, afinal é o 4º maior jornal em circulação, com 1,6 milhões de cópias diárias. Haja peixe pra embrulhar depois.... Aqui, as pérolas da dona Sono, que são de tirar o próprio de quem pensa em um mundo sem preconceitos e babaquices:

Na edição do dia 11 de fevereiro, no espaço do periódico destinado aos (?) intelectuais, o título dizia: “Escassez de trabalho e imigrantes: permiti-los mas mantendo ‘distância adequada'”. Dona Sono começa o texto admitindo que o país realmente precisa de mão de obra estrangeira por causa da queda contínua da população japonesa. O Japão, de fato, é um país onde as fraldas geriátricas vendem mais que as infantis... Mas logo depois a escritora lapida a pérola: “Eu acho que o país deve sim aceitar os imigrantes, mas fazer com que eles morem separados, divididos por raça. As pessoas podem trabalhar, pesquisar e socializar juntas. Mas apenas em termos de moradia, devem ficar separadas”, defendeu a escritora. “Pode parecer contraditório, mas é uma tarefa quase impossível entender os estrangeiros se você dividir o espaço com eles.”

Corta. Enquanto isso, a senhora Sono parece querer reproduzir Auschwitz, ou a saga de John Byrne e Chris Claremont "Days of Future Past" (a qual já comentamos por aqui), com bairros para cada etnia, sob o "medo" de, pasme, acabar com a água! Sim, segundo a dona Sono aí, a culpa de escassear a água está nas famílias de afrodescendentes, que "são enormes", e que, afinal, “para os brancos e asiáticos, é bom senso que um casal e dois filhos vivam em um apartamento. Mas os negros acabaram levando de 20 a 30 membros da família para viver lá”, escreveu a dona Sono. O embaixador Sul-africano em Tóquio, Mohau Pheko, criticou fortemente a tal escritora, lembrando que o apartheid é um crime contra a humanidade, que não pode ser justificado no século 21. “Discriminação com base na cor da pele é inaceitável em qualquer país”, reforçou ainda o embaixador.

Se você achou pesada a diarreia verbal da dona Sono, bacana foi o que fez uma velhinha brazuca, a dona Davina Apparecida Castelli. Um visual que lembra um pouco a dona Florinda, do clássico seriado Chaves, a velhinha medonha aí chamou policiais de macacos, tendo acumulados 6 processos na Justiça, todos pela sua intolerância a conviver numa sociedade multirracial. O bacana é que a dona racista aí ganhou defesa pública, ou seja, profissionais pagos com grana branca, preta, amarela, vermelha, mutante, gay, kryptoniana, enfim, de cidadãos e cidadãs em geral.... As vítimas pagaram um pouquinho da defesa da idosa racista. O legal é que a velhinha não compareceu sequer a sua própria audiência na Justiça, levando a juíza a julgar e condenar à revelia. Para tal, a dra. juíza considerou ainda que a ré “mostrou completo descaso com seres humanos, em razão de sua raça ou cor, e também com a Justiça.”

Enfim, duas idosas, de dois países diferentes. Duas idosas igualadas no asqueroso racismo, na abjeta mania de ver seres humanos em "caixinhas", onde alguns cidadãos e cidadãs são "superiores" a outros... Tenho pena de gente assim, terminar seus dias exalando o fel racista, a nojenta ideia de segregar pessoas pela cor da pele, pela quantidade e tamanho de melanossomas em suas células epidérmicas. Para essas duas idosas, meu asco. Para as vítimas da dona Davina, a solidariedade. Ao embaixador sul-africano, a minha admiração pelas corajosas palavras. Finalmente, aos racistas, meu dedo médio em riste diz o que penso de seu jeito mesquinho, pequeno, ridículo de ver o mundo...


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