pra se queixar ao bispo
Pois estava passando os olhos, entre uma atividade e outra, num portal de notícias. Ali, informação de que, de acordo com critérios da SMC/PoA, 12 dos 40 monumentos do Parque Farroupilha serão restaurados.
Não é novidade que muitos monumentos da Redenção foram condenados, por falta de segurança, a virar bronze derretido em alguma fornalha de uma fundição da grande Porto Alegre. Entre eles, cito um, de valor sentimental para mim e para todo/a e qualquer metodista.
O monumento que ficava no Parque da Redenção de Porto Alegre, em homenagem a John Wesley, foi roubado pelos fundidores de bronze. Resta apenas a pedra que o suportava. Wesley pronunciou uma frase quando a Igreja Anglicana fechou-lhe as portas para a sua pregação inovadora:"O mundo é minha paróquia". Ele saiu pelos cemitérios, minas, praças e campos onde espalhou a sua forma de pensar o Evangelho, para a gente pobre daquela Inglaterra de 1740 e algos.
Houve uma tentativa de realocar o que restava do monumento na Praça Conde de Porto Alegre, perto da Catedral Metodista. Sinceramente, até o momento não li nada que informe da transferência do dito, até por ter visto o mesmo na Redenção esses dias...
O que me deixa cabreiro é o fato de que o monumento a Wesley tenha sua reforma preterida, em favor do medonho "Homenagem aos mortos no combate ao Comunismo"... O monumento ao Reacionário Desconhecido, como o chamo, fica perto do Monumento do Expedicionário. Inaugurado em 1937, homenageia os mortos do lado legalista que lutaram na Intentona Comunista, em 1935.
Bom, tenho uma leitura para isso.
A Igreja Metodista, em especial nos tempos do bispo Isac Aço, sempre teve uma clara posição em favor de um evangelho libertador dos povos pobres, dos perseguidos, dos oprimidos, das minorias. Não foi à toa que, por muito tempo, jovens vindos de países com conflitos, como Haiti, Timor Leste, Angola e Moçambique, foram acolhidos para ali estudar, assim como pessoas ligadas à Via Campesina, ao Centro Ecumênico de Cultura Negra e outras entidades, pelas quais nutro profundo respeito.
Já o tal "monumento"...bom, seu nome diz a que veio. O velho "fantasma do comunismo", rondando a sociedade burguesa, sempre foi algo a ser "combatido", afinal traz em si a imoralidade, o ateísmo, a quebra dos valores morais e outras desculpas furadas de cocorocas de plantão e outros anões mentais.
Se é para bajular, que se bajulem os poderosos, não é, dona SMC?
Lamentável.
O velho bronze com a imagem de Wesley era lindo. O mesmo não digo dos bizarros obeliscos de concreto e placas de bronze homenageando os que "tombaram lutando contra a ameaça comunista". Num país em que a palavra "comunista' é mal empregada, sendo, via de regra, mal usada como ofensa, nada disso me espanta.
Fica a pergunta: me queixo pro bispo?
Não é novidade que muitos monumentos da Redenção foram condenados, por falta de segurança, a virar bronze derretido em alguma fornalha de uma fundição da grande Porto Alegre. Entre eles, cito um, de valor sentimental para mim e para todo/a e qualquer metodista.
O monumento que ficava no Parque da Redenção de Porto Alegre, em homenagem a John Wesley, foi roubado pelos fundidores de bronze. Resta apenas a pedra que o suportava. Wesley pronunciou uma frase quando a Igreja Anglicana fechou-lhe as portas para a sua pregação inovadora:"O mundo é minha paróquia". Ele saiu pelos cemitérios, minas, praças e campos onde espalhou a sua forma de pensar o Evangelho, para a gente pobre daquela Inglaterra de 1740 e algos.
Houve uma tentativa de realocar o que restava do monumento na Praça Conde de Porto Alegre, perto da Catedral Metodista. Sinceramente, até o momento não li nada que informe da transferência do dito, até por ter visto o mesmo na Redenção esses dias...
O que me deixa cabreiro é o fato de que o monumento a Wesley tenha sua reforma preterida, em favor do medonho "Homenagem aos mortos no combate ao Comunismo"... O monumento ao Reacionário Desconhecido, como o chamo, fica perto do Monumento do Expedicionário. Inaugurado em 1937, homenageia os mortos do lado legalista que lutaram na Intentona Comunista, em 1935.
Bom, tenho uma leitura para isso.
A Igreja Metodista, em especial nos tempos do bispo Isac Aço, sempre teve uma clara posição em favor de um evangelho libertador dos povos pobres, dos perseguidos, dos oprimidos, das minorias. Não foi à toa que, por muito tempo, jovens vindos de países com conflitos, como Haiti, Timor Leste, Angola e Moçambique, foram acolhidos para ali estudar, assim como pessoas ligadas à Via Campesina, ao Centro Ecumênico de Cultura Negra e outras entidades, pelas quais nutro profundo respeito.
Já o tal "monumento"...bom, seu nome diz a que veio. O velho "fantasma do comunismo", rondando a sociedade burguesa, sempre foi algo a ser "combatido", afinal traz em si a imoralidade, o ateísmo, a quebra dos valores morais e outras desculpas furadas de cocorocas de plantão e outros anões mentais.
Se é para bajular, que se bajulem os poderosos, não é, dona SMC?
Lamentável.
O velho bronze com a imagem de Wesley era lindo. O mesmo não digo dos bizarros obeliscos de concreto e placas de bronze homenageando os que "tombaram lutando contra a ameaça comunista". Num país em que a palavra "comunista' é mal empregada, sendo, via de regra, mal usada como ofensa, nada disso me espanta.
Fica a pergunta: me queixo pro bispo?
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