relendo o Samba da Bênção (em ritmo de 21/02/2015..., versão nossa )

É melhor ser alegre que ser triste
Alegria é a melhor coisa que existe
É assim como a luz no coração

Mas pra fazer um samba com beleza
É preciso um bocado de tristeza
É preciso um bocado de tristeza

Senão, não se faz um samba não (nem uma relação, tampouco uma ralação....)
Senão é como amar uma mulher só linda
E daí? Uma mulher tem que ter
Qualquer coisa além de beleza
Qualquer coisa de triste
Qualquer coisa que chora (que cora o rubor)
Qualquer coisa que sente saudade
Um molejo de amor machucado
Uma beleza que vem da tristeza
De se saber mulher
Feita apenas para amar
Para sofrer pelo seu amor
E pra ser só perdão

Fazer samba não é contar piada
E quem faz samba assim não é de nada
O bom samba é uma forma de oração

Porque o samba é a tristeza que balança
E a tristeza tem sempre uma esperança
A tristeza tem sempre uma esperança
De um dia não ser mais triste não

Feito essa gente que anda por aí
Brincando com a vida
Cuidado, companheiro!
A vida é pra valer
E não se engane não, tem uma só
Duas mesmo que é bom
Ninguém vai me dizer que tem
Sem provar muito bem provado
Com certidão passada em cartório do céu
E assinado embaixo: Deus
E com firma reconhecida!

A vida não é brincadeira, amigo
A vida é arte do encontro
Embora haja tanto desencontro pela vida (mas tem sempre o reencontro, o novo encontro, o encontro no novo)
Há sempre uma mulher à sua espera
Com os olhos cheios de carinho
E as mãos cheias de perdão
Ponha um pouco de amor na sua vida
Como no seu samba

Ponha um pouco (um tanto) de amor numa cadência
E vai ver que ninguém no mundo vence
A beleza que tem um samba, não

Porque o samba nasceu lá na Bahia
E se hoje ele é branco na poesia
Se hoje ele é branco na poesia
Ele é negro demais no coração

Eu, por exemplo, o capitão do mato
Carlos Augusto Borba Meyer Normann, nome de papel,
Guto nome de alma
Biólogo, músico e professor
Mistura de branco alemão com bugre guarani e uns toques aqui e ali de tudo que é cor do Brasil,
Na linha direta de Jesus Cristo, Oxalufã e todos os nomes do Criador, saravá, aleluia, amém, shalom, salam!

A bênção Nice e Otacílio, dos quais tudo que disser de bom é pouco,
A bênção, pastora Elza
Da Palmeira das Missões, da formação do meu pensar
A bênção, pastora Iraci,
Conselheira eterna de eternos juvenis,
A bênção pastor Adahyr,
Que lembrou do Cristo entre os oprimidos, o verdadeiro Sal da Terra,
A bênção, Lúcio do Cavaco
Tu que choraste no próprio e me ensinaste a mão do samba,
Pra espantar as minhas mágoas de amor
A bênçãos aos meus mestres, os que assim merecem ser chamados,
Por transmitir conhecimento e sabedoria,
A bênção, todos os grandes
Sambistas, roqueiros, emepebezeiros do Brasil
Branco, preto, mulato
Lindo como a pele macia de Oxum, da Vênus Nagô

A bênção Karina,
Aluna, colega, amiga, esposa, amante, mulher, amor
A bênção Sophia e Clara,
Minhas marcas para a eternidade, em riso, graça e alegria,
A bênção a todos amigos e amigas, cultivados em diferentes jardins, exalando o mesmo perfume de parceria eterna,

A bênção, ao meu Brasil de todos os santos
Inclusive São Sebastião do Rio que amo,
Das ruas de um Porto muito, sim, Alegre
Da Sampa das esquinas de poesia discreta,
Das vielas e praias do Rosa em flor,
Das serras e pampas do Rio Grande,
Das estradas de pó da Lomba,
Dos cantos desse mundão de meu Deus, que vi e os que quero ver

Saravá! Shalom! Aleluia! A bênção, que eu vou partir
Eu vou ter que dizer adeus, com cor de até breve, o trampo chama, as aulas também
Ponha um pouco de amor numa cadência
E vai ver que ninguém no mundo vence
A beleza que tem um samba, não
Porque o samba nasceu lá na Bahia
E se hoje ele é branco na poesia
Se hoje ele é branco na poesia
Ele é negro demais no coração

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