2017

Resistir, existir, rexistir...resiliência, resistência, renascer num 2017 pós Apocalipse de 16. Já começo a crer que o calendário dos Maias estava com um desvio padrão de quatro anos. 

De que modo se explicaria Trump, Sartori e seu pacotaço ao "estilo Átila o Huno", o impeachment mais mal explicado da História, os rotos falando da descosturada, a manipulação midiática e a ascensão iscariótica de Bolsonazi, a eleição de Marchezan "abaixo a SMAM" Jr., Dória e Crivella? 

Ano em que caçadores de butique e a expansão do agronegócio em terras africanas colocam a simpática girafa como "vulnerável", e o veloz guepardo, "criticamente ameaçado", à nefasta extinção... 

Num ano em que vemos a plutocracia avançando, como nos lembra o grande Juremir Machado, privilégios para ricos na forma de isenções fiscais mal explicadas e trolhadas de mordidas arrecadatórias aos servidores e servidoras do estado do Rio Grande do Sul. 

Ano em que perdemos Ferreira Gullar (grande poeta...), David Bowie (o camaleão do pop), Umberto Eco (escreveu muito...), Dom Paulo Evaristo Arns (a voz da resistência contra a ditadura de 64), Naná Vasconcelos (senhor dos ritmos e percussões), Cruijff (o maestro da Laranja Mecãnica de 74), o time da Chapecoense, Gato Barbieri (grande saxofonista), Prince (outro grande nome do pop), Cauby Peixoto (acredite, foi um dos, senão o, primeiro rocker brasileiro), Muhammed Ali (leve como a borboleta, fatal como a vespa), Ivo Pitanguy (pra quem não conhecia o trabalho do mestre cirurgião em reabilitar gente pobre e grandes queimados que jamais sonhariam com uma plástica com sua assinatura, vale se informar!), Toots Thielemans (mestre belga da arte de tocar bem uma harmônica de boca...), Leonard Cohen (compositor canadense, autor de ""Hallelujah"), Elke Maravilha (grande diva, falava trocentas línguas e se fez pensante por todas elas), Dario Fo (outro grande escritor), Carlos Alberto Torres (o capitão do tri...), Fidel Castro (o comandante), George Michael (baita figura humana, além de compositor e cantor), George Martin (o quinto Beatle, que repaginou a maior de todas as bandas), Carrie Fisher (eterna princesa Leia Organa de Star Wars) e muita gente boa...

E a morte da cultura gaúcha, seja na TVE, FM Cultura, IGTF...dona Laís lembrou de quando filava água quente para seu nescafé com leite em pó, que embalavam suas horas de pesquisa bibliográfica no rico acervo da fundação, quando escrevia sua monografia de especialização, lá no distante início dos anos 80... Não sem uma lágrima, com certeza.

A morte da pesquisa de ponta, da CIENTEC, FEE, FEPAGRO, FZB, FEPPS...em diferentes campos do saber, diferentes conhecimentos sepultados pela caneta do polenteiro irresponsável.

O ano verdadeiro do apocalipse maia se acaba ao longo de sua derradeira segunda-feira garfieldiana. Outros outubros virão, outros janeiros, fevereiros e todo o resto. Resistir é preciso. Reescrever também. Resistência, resiliência. 2017, se prepare que vamos lhe usar!

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