pra pensar no ENADE...
O pessoal adora falar em "boicotar o ENADE" e sandices do tipo. Mas qual é o papel do ENADE no contexto da educação superior no Brasil?
De acordo com o portal do MEC, o Enade avalia o rendimento dos alunos dos cursos de graduação em relação aos conteúdos aprendidos em sala de aula.Como as 40 questões que compõem o exame se baseiam nas Diretrizes
Curriculares Nacionais, que orienta o projeto pedagógico de cada curso
no país, o rendimento do estudante evidencia se sua formação contemplou
os princípios pedagógicos previstos.
"As diretrizes são como o fio unindo todas as contas do colar da
educação superior. Onde este fio não chega, há grandes chances de os
alunos não terem estudado o que os especialistas consideram
fundamental”, afirma o diretor de avaliação da educação superior do
Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep),
Dilvo Ristoff. “É provável que se saiam mal no exame por causa disso".
Crianças, se alguém ainda acha que prova é castigo, fiquem tranquilos. O Enade não avalia nem pune os alunos Seu papel é verificar a contribuição de
cada instituição no aprendizado de seus alunos. O resultado individual
não é registrado no histórico escolar, podem sossegar... Por ser realizado por
ingressantes e concluintes, o Enade torna possível verificar quanto o
aluno aprendeu durante a graduação. Se feito com seriedade, o exame pode dar uma ideia muito clara
sobre as potencialidades e as deficiências de seus ingressantes e
concluintes a partir dos resultados.
O aluno que ajuda a revelar o bom trabalho pedagógico da instituição
só tem a ganhar, pois o desempenho da universidade está relacionado à
aceitação do seu diploma universitário no mercado de trabalho. Quem tem o
melhor desempenho em cada área recebe bolsas de mestrado ou doutorado
pela Capes. Ou seja,. boicotar o exame é dar um solene tiro de bazuca nos pés.
Daí aquela turma vai na pilha de algum professor ou professora que, por motivos que a própria razão desconhece, resolve incentivar à abstenção à prova, o boicote à prova, ir jogar futebol no dia da prova, pegar onda, sei lá. Bonito.
Os argumentos são vários. Desde "ah, o ENADE é punitivo", "ele não respeita as diferenças regionais"...Se há problemas, que sejam sanados, ainda me consta que vivemos numa democracia. Agora, há um sério problema em relação ao boicote, que é o fato de transformar alunos e alunas em massa de manobra, não da UNE, UEE ou diretórios acadêmicos, deixa o pessoal do movimento estudantil de fora que esse karma não é deles/as! Aliás, os respeito muito pela capacidade de argumentar com maturidade, visão, de boa.
O que me assusta é o jogo de vaidades, que pode derrubar belos projetos pedagógicos em nome de vaidades e sandices deste/a ou daquele/a profissional, querendo dar uma bela rasteira em seus pares e superiores. Aí, é delegar a comenda Equus africanus asinus pra galera que quer boicotar a prova. Ah, não ligou o nome à pessoa? Ali abaixo tem uma fotinho do amigo de quatro patas.
Quando é que o pessoal vai aprender a ler o que está nas entrelinhas? Um boicote ao ENADE, muitas vezes, é tudo o que dirigentes do ensino de caráter duvidoso querem para fazer "faxinas" de quadro profissional, removendo desafetos e/ou abrindo vagas para quem lhes interessar, transformando o mercado de trabalho em balcão de compra e venda. É abusar da inteligência alheia, é dar munição pro bandido. É, de fato, converter o ensino em uma atividade aviltada.
Fazer a prova, se preparar para ela, de alma limpa, espírito sereno, é parte do processo. Há anos a OAB tem seu exame de ordem, visando colocar gente qualificada no mercado de trabalho. Se ele é feito de um jeito ou outro, há como discutir sempre, sem dúvida. Agora, levantar bandeira de "boicotar o ENADE" por birra, por manipulação, é ser, em outras palavras, massa burra de manobra! Se o pessoal estuda e, porventura, há alguma lacuna de aprendizado real, é uma oportunidade de sanar, sem dúvida. Agora, de que maneira se podem sanar verdadeiros vícios de aprendizado se for feito um boicote que não constrói nada, não agrega nada ao contexto de formação acadêmica?
Ficam as questões... fica sempre a mensagem que uma vez me deram em uma palestra: questione sempre!
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