pra ouvir música boa de verdade: Vitor Ramil, Estrela, estrela (1981)



Esse disco foi feito por um Vitor Ramil gurizão de 18 anos. Um álbum com a participação de Tetê Espíndola e Zizi Possi, parcerias com o mano Kledir (grande poeta, por sinal), com o primo Pery Souza, arranjos cuidadosos de Egberto Gismonti, Wagner Tiso e Luis Avellar...resumindo, um tesão de disco!

A coisa toda começa com "Assim, assim", parceria com Kledir. Uma canção em compasso 12/8, um quaternário composto, verdadeiro requinte estrutural pra quem saca um pouquinho de Teoria Musical. Uma canção que pontua um (novo) re-começo, onde os manos falam em reinvenção da vida. Aliás, essa coisa de se reinventar é própria do Vitor, quando comparamos este trabalho com o "Paixão de V" que foi lançado depois.

Na sequência, "Tribo". A voz única de Tetê Espíndola nos lança numa utopia que lembra a Terra sem Males guaranítica. O universo campestre segue no disco, em "Engenho", cujo arranjo lembra "O que foi feito deverá" do lendário Clube de Esquina II, de Milton Nascimento. Cabe lembrar que "Engenho" foi apresentado no festival da Globo de 1981, mas não foi merecidamente avaliada à época... A canção foi lançada em compacto simples (lembram dos disquinhos?) com "Mina de Prata", esta com a voz de Zizi Possi fazendo um costeado...linda!

Enfim, "Estrela, estrela". A canção, posteriormente regravada pelo próprio Vitor, pelos manos, por Gal Costa e por Milton Nascimento chega, delicada, letra bem lapidada, absoluta e eterna...é bom saber que és parte de nossas vidas, linda melodia!

Seguem-se "Um e dois", "Mina de prata", com a participação de Zizi Possi, a parceria com o primo Pery Souza "Noite e dia", resgatando um pouco a estética gaudéria em meio a um disco fortemente pautado na MPB do centro do país. Ao final do disco, "Aldeia" e "Epílogo", encerrando o álbum de estreia de Vitor. Vale parar para ouvir, curtindo os arranjos e canções com calma. Só pra lembrar: há música boa por aí, é só garimpar!


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