Ni una menos
Na Argentina, a
cada 30 horas uma mulher é assassinada pelo simples fato de ser
mulher (dados do site http://niunamenos.com.ar/). Assim, um coletivo
de artistas, jornalistas e intelectuais, agregando vários setores da
sociedade, lançou uma campanha e um movimento muito significativo e,
a meu ver, importantíssimo. “Ni Una Menos” é o movimento
surgido em 2015 em resposta a esse aumento da violência contra
mulheres no país.
Pois, para nossa
tristeza, pelo jeito os hermanos não
entenderam o espírito da coisa. Micaela García, 21 anos,
ativista no movimento Ni Una Menos,
foi outra vítima da violência feminicida na Argentina.
Micaela vivia em
Gualeguay, cidade a 230 km ao norte de Buenos Aires, onde estudava Educação
Física. Ela foi vista com vida pela última vez ao se despedir de
seus amigos na madrugada do dia 1º de abril, sábado, depois de uma
festa. Uma semana depois, seu corpo nu, com sinais de
estrangulamento, foi encontrado em um bosque nos arredores da cidade
da província de Entre Ríos. O assassino confesso é o monstro que
atende pelo nome de Sebastián Wagner, 30 anos, preso após sua
própria mãe denunciá-lo à polícia.
O cretino tem
história em violência contra mulheres. Em 2012, Wagner foi
condenado a nove anos de prisão por dois estupros. O que o juiz
Carlos Alfredo Rossi decidiu? Em julho de 2016, o “meritíssimo”
concedeu liberdade condicional a Wagner, que anjo de pessoa! E olha
que a Promotoria e o Serviço Penitenciário Federal se opuseram a
essa barbaridade!! Bom, o tal juiz será julgado pelo mau desempenho
de suas funções, e pode (espero) ser exonerado do cargo e função.
No dia 8, sábado,
as meninas do Ni Una Menos emitiu nota, afirmando que o Estado
argentino “é responsável por cada feminicídio”. As ativistas
questionaram as políticas de prevenção à violência, de
reabilitação de agressores e o corte no orçamento estabelecido
pelo governo Macri para o Conselho Nacional de Mulheres da Argentina.
Toda ação que
acoberta um feminicídio, em qualquer lugar do planeta, é uma
monstruosidade. Sempre que um imbecil de toga livra a cara de um
assassino, ele manchará suas mãos com sangue de mulheres, de gente
inocente. E olha que nem os chamo de filhos da puta, pois as
profissionais do sexo não merecem nenhuma ligação com esses seres
asquerosos!
A sociedade parece
que ainda não pegou o espírito da coisa. A violência e abuso
sexual contra o sexo feminino ocorre quando o homem, se julgando
superior à mulher (quem disse?), emprega violência doméstica,
familiar, abuso sexual, mutilação ou desconfiguração da vitima,
tortura ou crueldade, chegando à morte da vítima
A realidade
sociocultural do Brasil e de outros países da América Latina, como
a Argentina, é franca e inegavelmente machista. Cabe a denúncia,
cabe o estabelecimento de ações de educação, além de políticas
públicas preventivas e repressivas, a fim de modificar esse quadro.
É inadmissível que a mulher esteja sujeita a atos de violência
simplesmente pelo seu gênero. Nada justifica. Ni una menos!
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