reflexivo...
Vivo uma bipolaridade intelectual permanente. Transito entre dois mundos bastante distintos, em que pese tente fazê-los interagir. Um lado meu é o técnico, é o biólogo que se graduou em um centro de excelência, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, no seu curso de Bacharelado. Além dessa casa, tive a honra de ser aluno da UNICAMP, casa responsável por 15% da pesquisa acadêmica no país. Pilotei microscópios eletrônicos, coisa que nem em sonho eu imaginei que faria um dia... Participei de congressos, produzi, escrevi. Tive professores e professoras lendári@s, nas duas casas. É gente com uma capacidade intelectual gigantesca e, ao mesmo tempo, uma humildade-humanidade quase monásticas. Seus exemplos eu levo para a vida, não somente os de sala de aula.
Sempre disse que de nada adianta saber o ciclo de Krebs de cor se não sabemos que, na fome, o acetil CoA que dá o seu desencadear não sai de uma molécula de glicose ingerida, mas de uma reserva de gordura, quiçá aminoácido, queimado em holocausto pelo corpo, num ato de autossacrifício do que foi acumulado, e que, numa pessoa faminta, isso levará ao definhamento paulatino do corpo tomado pela fome crônica. Aprendi a apreciar a paisagem nativa, a conhecer sobre as grandes árvores, seus saberes de cura, os frutos que podemos comer, os cogumelos que viram refeição... Aprendi a usar a lei como ferramenta de tentar refrear a sanha destruidora do ser humano em relação ao ambiente, a avaliar situações onde a natureza é prejudicada.
Por outro lado, a vida nos apresenta portas fechadas, nãos e vejabens, as mais variadas desculpas, que fariam muito porteiro de boate veterano ficar com os ouvidos vermelhos de tanto ouvi-las. Cansa-se de encarar essas portas fechadas, usando como aríete a própria cabeça dura, sem sequer ferir as portas de corações empedrados, sem gerar sons audíveis a ouvidos surdos pela intolerância. Há ainda os olhos míopes, que somente enxergam com os óculos que lhes aprouver melhor a conveniência da vez. Assim, se passam os anos, e como muda o que eu sinto, diria Pablo Milanés.
A saudade de esmiuçar moléculas, células, tecidos, sistemas, corpos, vai sendo arquivada mais e mais longe do acesso em nossa mente. De vez em quando emerge na fala esse saber da alma-máter, e lembro do que fiz ao longo de cerca de vinte anos.
Hoje, vejo portas fechadas. Sinto como se fosse parte do passado todo o conhecimento que recebemos, processamos, transmitimos, dividimos, construímos. Felizmente, outro Carlos, ou melhor, um Charles, o Darwin, nos lembra, através de um outro autor, que o transubstanciou, o professor Leon Megginson, que de fato teria escrito que
Sobreviver é adaptar e ajustar às mudanças... O carvalho forte tomba ao vento e quebra, a grama delicada se enverga e volta à forma original.
Sempre disse que de nada adianta saber o ciclo de Krebs de cor se não sabemos que, na fome, o acetil CoA que dá o seu desencadear não sai de uma molécula de glicose ingerida, mas de uma reserva de gordura, quiçá aminoácido, queimado em holocausto pelo corpo, num ato de autossacrifício do que foi acumulado, e que, numa pessoa faminta, isso levará ao definhamento paulatino do corpo tomado pela fome crônica. Aprendi a apreciar a paisagem nativa, a conhecer sobre as grandes árvores, seus saberes de cura, os frutos que podemos comer, os cogumelos que viram refeição... Aprendi a usar a lei como ferramenta de tentar refrear a sanha destruidora do ser humano em relação ao ambiente, a avaliar situações onde a natureza é prejudicada.
Por outro lado, a vida nos apresenta portas fechadas, nãos e vejabens, as mais variadas desculpas, que fariam muito porteiro de boate veterano ficar com os ouvidos vermelhos de tanto ouvi-las. Cansa-se de encarar essas portas fechadas, usando como aríete a própria cabeça dura, sem sequer ferir as portas de corações empedrados, sem gerar sons audíveis a ouvidos surdos pela intolerância. Há ainda os olhos míopes, que somente enxergam com os óculos que lhes aprouver melhor a conveniência da vez. Assim, se passam os anos, e como muda o que eu sinto, diria Pablo Milanés.
A saudade de esmiuçar moléculas, células, tecidos, sistemas, corpos, vai sendo arquivada mais e mais longe do acesso em nossa mente. De vez em quando emerge na fala esse saber da alma-máter, e lembro do que fiz ao longo de cerca de vinte anos.
Hoje, vejo portas fechadas. Sinto como se fosse parte do passado todo o conhecimento que recebemos, processamos, transmitimos, dividimos, construímos. Felizmente, outro Carlos, ou melhor, um Charles, o Darwin, nos lembra, através de um outro autor, que o transubstanciou, o professor Leon Megginson, que de fato teria escrito que
according to Darwin’s Origin of Species,it is not the most intellectual of the species that survives; it is not the strongest that survives; but the species that survives is the one that is able best to adapt and adjust to the changing environment in which it finds itself."
Sobreviver é adaptar e ajustar às mudanças... O carvalho forte tomba ao vento e quebra, a grama delicada se enverga e volta à forma original.
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