LUTO E INDIG-NAÇÃO
E mais uma vez o Brasil paga um vexame mundial. Novamente, os jagunços de algum coronel do norte do país bancou o assassinato covarde de um casal de ambientalistas. José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo foram lideranças destacadas na defesa da floresta extrativista e por esse motivo sofriam ameaças constantes. Foram pioneiros na criação da reserva extrativista do Assentamento Praia Alta Piranheira, onde existe uma das últimas reservas de castanha-do-pará. Essa reserva, em razão da grande riqueza em madeira, essa reserva era alvo de cobiça de madeireiros e grileiros. Os mesmos coronéis que bancaram a morte da irmã Dorothy, de Chico Mendes e de tantos e tantas outros/as que lutam e lutaram por dignidade, sustentabilidade, relações harmônicas entre pessoas e a natureza.
Novamente, um atestado de naçãozinha do terceiro mundo. Mais uma vez, ao termos uma "justiça" e uma pulissça (não polícia) míopes, que não enxergaram as ameaças que o casal sofria a torto e direito, demos provas de que nada adianta termos uma avançada legislação ambiental, se ela é relativizada para os poderosos. Novamente, se você é rico e influente, se escreve no Estadão, pode matar a mulher que dizia amar pelas costas, feito um covarde. Novamente, se você tem dinheiro, pode intimidar os outros, matando a peso de ouro religiosos/as, ativistas, fiscais e técnicos/as ambientais, e contar que a justiça seja bem lenta e complacente.
Já diria o grande Herbert Vianna, "parabéns coronéis, vocês venceram outra vez". Apesar de amar este país e acreditar nas BOAS pessoas que aqui vivem, muitas vezes fico perguntando se o Stanislaw Ponte Preta (ao falar que a grande saída para o Brasil era o Galeão ou Congonhas), não estava certo.
Me enraivece profundamente atos como esse. Me sinto incomodado ao ver o "jeitinho" corrupto com que tratam a questão ambiental, alternado com a truculência dos pitbulls do latifúndio e das megacorporações.
Tomara Deus que um dia a coisa mude. Tomara....
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