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Mostrando postagens de julho, 2011

QI de ameba????

Enquanto a máquina de lavar roupas faz seu serviço, me permito dar aquela fuçada pela Internet. Me salta aos olhos a matéria do Terra sobre um comercial de uma marca importante de lingerie protagonizado pelo deputado federal Jair Bolsonaro. Pra refrescar as memórias, o deputado aí é o mesmo que defendeu em plenário a ideia de fuzilamento do então presidente Fernando Henrique Cardoso, é radicalmente contrário às leis de garantia de direitos a homossexuais, (aliás, defendeu palmadas para "corrigir" filhos/as gays), dizia que o regime militar de 1964 não foi uma ditadura (comediante ele...), entre outras barbaridades desse devoto de Torquemada, Hitler e Mussolini. O sujeito foi expulso do Exército durante o governo de José Sarney, numa das mais decentes atitudes que nossas Forças Armadas já tiveram. Já viu que pessoinha essa. Se você quiser dar um mimo a sua namorada, esposa, noiva, filha, mãe, etc, faça uma gentileza: não compre a tal lingerie que paga esse mentecapto para ser

amizade

Final de semana passado tive uma experiência de resgate...A convite dos amigos e também biólogos Ingrid Strelow e Paulo Lima Jr, o Nikima, eu e Sophia fomos picar vegetais, colocar pratos e coisas do tipo no salão da Paróquia Matriz da IECLB, ali no centro de Porto Alegre. No dia seguinte, almoço na comunidade. O motivo do almoço foi arrecadar dinheiro para auxiliar um amigo, o Marcelão. Um assaltante lançou-o em uma cadeira de rodas com um tiro. Amigos fazem com ele o que Jesus fez com tantos e tantas...o "levanta e anda" não precisa ser literal. Não temos ainda a capacidade de restabelecer conexões de neurônios rompidos. No entanto, almas partidas podem ser curadas por mãos amigas, em gestos como o do pessoal da IECLB. Foi um reencontro com meu passado de jovem metodista idealista. Tudo bem que sou hoje um jovem de 45 anos, e que a IM não é a mesma do bispo Isac Aço. No entanto, lembrei de quando arrecadávamos valores para ajudar, seja como fosse, a outro jovem que teve os
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Pequeno exilado (Raul Ellwanger) Navegas, navegas, navegas Lá do outro lado do oceano Na palma da mão já carregas Vinte mil leguas de sonhos Seguindo o teu pai que te leva À bordo dos teus nove anos Pequeno exilado sem pátria Navegas teu barco de engano Navegas teus olhos molhados Na capital dos franceses Carregas teus olhos chorados Contando dias e meses Menino crescido tem terra Teu único plano primeiro É ver terminar tanta espera É ser cidadão brasileiro Guerreiro do Bairro da Glória Duende do Bairro Floresta Vem cá conhecer nossa história Malandros, calçadas e festas Só quero te ver na cidade Cantando em bom português Canções de gritar liberdade Daquela que usa o francês -Vou me embora -Vou me embora Navegas, navegas, navegas Lá do outro lado do oceano Na palma da mão já carregas Vinte mil leguas de enganos Guerreiro do Bairro da Glória Duende do Bairro Floresta Vem cá conhecer nossa história Malandros, calçadas e festas Reparto com vocês uma das mais linda

Não há sinal de sol mas tudo me acalma...

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Cruzada (Beto Guedes e Tavinho Moura) Não sei andar sozinho Por essas ruas Sei do perigo que nos rodeia Pelos caminhos Não há sinal de sol Mas tudo me acalma no seu olhar Não quero ter mais sangue Morto nas veias Quero o abrigo do teu abraço Que me incendeia Não há sinal de cais Mas tudo me acalma no seu olhar Você parece comigo Nenhum senhor te acompanha Você também se dá um beijo dá abrigo Flor nas janelas da casa Olho no seu inimigo Você também se dá um beijo dá abrigo Se dá um riso dá um tiro Não quero ter mais sangue Morto nas veias Quero o abrigo do teu abraço Que me incendeia Não há sinal de cais Mas tudo me acalma no seu olhar Você parece comigo Nenhum senhor te acompanha Você também se dá um beijo dá abrigo Flor nas janelas da casa Olho no seu inimigo Você também se dá um beijo dá abrigo Se dá um riso dá um tiro

para começar um sábado....

Será esse meu caminho Contra-sensos, contragostos Será esse meu destino Tal qual cavaleiro errante Segue o rumo dos moinhos Qual Herói e Rocinante Qual o sonho que te leva Qual o abraço que te acolhe Vai, filho da luz Vai, filha de Gaia Vai, quem te conduz? Vai, segue tua estrada...

outra mestra...

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Tinha 11 anos. O local, capela do Colégio Americano. Era a primeira vez que ia a um encontro de juvenis (adolescentes, entre 11 e 18 anos) da igreja Metodista. Duas pessoas me marcaram aquela vez. Uma delas era uma mulher jovem, loira, gigantesca de alta para meus 1.58 da época. Era a pastora Iraci. Hoje a chamo de amiga. Em uma época em que questionava o ir na igreja, como bom aborrescente que se preza,  era naqueles encontros que a Ira promovia que eu descobri que a religiosidade poderia e deveria ser engajada, olhando para as mazelas do mundo, como a fome, o desequilíbrio ecológico, as guerras, a pobreza... Naqueles encontros, ouvia as palestras dos pastores Ernesto Barros Cardoso, Orvandil Barbosa, sempre gente que estava muito à frente daquela segunda metade dos anos 70. Ainda havia uma ditadura militar no Brasil, e a Ira ousou dar espaço ao então perseguido reverendo Orvandil em seus encontros, de forma corajosa. Me lembro de uma devocional no então refeitório do IPA, em 1978,

aos mestres, com carinho

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Pois esta semana retomo as aulas no Centro Universitário IPA. Ritual de cada semestre, refazer os pactos com as novas turmas, rever os rostos do semestre passado, recomeçar mais uma vez. Pois nesse rito de recomeço, uma disciplina me chama mais a atenção, pois foi a que me fez trilhar o caminho onde hoje me encontro na Biologia, ou pelo menos uma parte dele. Recebi a honra de lecionar, para o curso de Enfermagem, a matéria de Histologia e Embriologia, para o primeiro semestre. Pros leigos, Histologia é o estudo dos tecidos, sejam eles humanos, animais ou vegetais. Obviamente, o foco é a Histologia Humana. Já a Embriologia é mais transparente ao leigo, pois já remonta a embriões, fetos, a vida em desenvolvimento. Aliás, modernamente, se fala em Biologia Tissular e Biologia do Desenvolvimento . Não estamos apenas focados na parte meramente de cortes micrométricos coloridos com corantes, mas outros aspectos dos tecidos. Ferramentas de Biologia Molecular, Microscopia Eletrônica, Bi

um motivo para ser feliz...

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Leio agora a resenha do Terra sobre o inédito CD do Chico Buarque. A curiosidade em ouvir é grande, com certeza. Chico Buarque já foi chamado de "unanimidade nacional" pelo grande Millôr Fernandes. Nos idos dos anos 60, ele, que era apenas um dos filhos do grande historiador Sérgio Buarque de Hollanda, ganhou a cena com canções simples, "cantando coisas de amor". No (para mim) significativo ano de 1966, quando a Seleção Canarinho tomava um totó de bola dos lusos na Inglaterra, um Chico bom moço de olhos verdes defendia e ganhava, com A Banda, o Festival da Música Popular Brasileira. Harmonia simples em época de dissonâncias violonísticas de fazer minha prima, ex-aluna e sempre amiga Thais Pessato pensar "lá vem mais paciente", letra drummonicamente descritiva, o rapaz tinha o jeito de genro que mamãe pediu a Deus. Só tem um detalhezinho: o rapaz vinha equipado com cérebro e uma sensibilidade únicos. Aí a porca torceu o rabo... Letras como a de Pedro Pedr

Thiago de Melo - Madrugada camponesa

Madrugada camponesa faz escuro ainda no chão mas é preciso plantar. A noite já foi mais noite, a manhã já vai chegar. Não vale mais a canção feita de medo e arremedo para enganar a solidão. Agora vale a verdade cantada simples e sempre, agora vale a alegria que se constrói dia a dia feita de canto e de pão.

oi, gordinho!

Todos que me conhecem sabem que tenho alguns arquiinimigos: balança, cinto, numeração de calça, apetite, enfim, todos os ingredientes que me obrigam a praticar alguma forma de esforço físico continuado, sob pena de sentir os botões de minhas camisas estufando e ter que fazer outros furos do cinto. A cada sessão de esteira, domo a fera gulosa interior com gasto energético e doses de endorfina que aplacam a vontade de avançar selvagem sobre bufês. O fato de ser um obeso não é aplacado por exercícios ou dietas. Recentemente, se descobriu que a química encefálica de obesos difere daquela dos não obesos. Quem, como eu, sacia-se com duas, três voltas no bufê ou na mesa, tem que lançar berros neuroquímicos para que os neurônios ligados à sensação de recompensa e saciedade sejam ativados, e assim aplaque-se a sensação de apetite. Isso não me deixa diferente de um etilista, de um cocainômano, de um tabagista ou de um usuário de cannabis. O que diferencia é que não vejo a PM dar "geral&quo

mais Vininha...Saravá!

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Para viver um grande amor Para viver um grande amor , preciso é muita concentração e muito siso, muita seriedade e pouco riso - para viver um grande amor. Para viver um grande amor, mister é ser um homem de uma só mulher; pois ser de muitas, poxa! é de colher... - não tem nenhum valor. Para viver um grande amor, primeiro é preciso sagrar-se cavalheiro e ser de sua dama por inteiro - seja lá como for. Há que fazer do corpo uma morada onde clausure-se a mulher amada e postar-se de fora com uma espada - para viver um grande amor. Para viver um grande amor, vos digo, é preciso atenção como o "velho amigo", que porque é só vos quer sempre consigo para iludir o grande amor. É preciso muitíssimo cuidado com quem quer que não esteja apaixonado, pois quem não está, está sempre preparado pra chatear o grande amor. Para viver um grande amor, na realidade, há que compenetrar-se da verdade de que não existe amor sem fieldade - para viver um grande amor. Pois quem trai seu amor po

Com a bênção do Vininha

Amigos meus Vinícius de Moraes Ah, meus amigos, não vos deixeis morrer assim... O ano que passou levou tantos de vós e agora os que restam se puseram mais tristes; deixam-se, por vezes, pensativos, os olhos perdidos em ontem, lembrando os ingratos, os ecos de sua passagem; lembrando que irão morrer também e cometer a mesma ingratidão. Ide ver vossos clínicos, vossos analistas, vossos macumbeiros, e tomai sol, tomai vento, tomai tento, amigos meus! - porque a Velha andou solta este último Bissexto e daqui a quatro anos sobrevirá mais um no Tempo e alguns dentre vós - eu próprio, quem sabe? - de tanto pensar na Última Viagem já estarão preparando os biscoitos para ela. Eu me havia prometido não entrar este ano em curso - quando se comemora o 2011 aniversário de um judeu que acreditava na Igualdade e na justiça - de humor macabro ou ânimo pessimista. Anda tão coriácea esta República, tão difícil a vida, tão caros os gêneros, tão barato o amor que - pombas! - não há de ser a mim qu
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Jornada do Tempo (Guto Normann e João Paulo Aço) Levanta, tu, que choras É tempo de darmos as mãos É hora de colheita, Lavrar, por os pés no chão Abre essa porteira Recebe no coração Espraia o poder do espírito Solta essa emoção É a jornada do tempo É a mudança das coisas Levanta essa bandeira Da poeira do rincão É a jornada do tempo,  É a mudança das coisas Abraço, companheiro Com afeto de irmão Sob o teto dos céus Vem dividir esse fardo Deus semeou estrelas Pra iluminar todo pago Compartilha sementes Pra fazer germinar A cepa da amizade Brilhando em cada olhar...

Meu Lugar

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Meu Lugar Pois se o nome deste modesto blogue é "A vida é amiga da Arte...", algum motivo deve ter. Como Biólogo, sou profissional que tenta estudar a Vida, em todos seus níveis. Como músico, procuro traduzir sentimentos, expressar pensamentos, tecer melodias, harmonias e poesia, como quem não quer nada mas querendo dar tudo de si, apresentando um lado que poucas e especiais pessoas conhecem. O vídeo que é aberto pelo link acima apresenta uma composição nossa, chamada Meu Lugar. A voz que vocês ouvem é da amiga Tábita Rotter, e o violão foi tocado por este que vos bloga. Espero que gostem!

um artigo nosso

Pessoal O link abaixo conduz a um artigo científico nosso, feito em parceria com a colega Valesca Veiga Cardoso, parceira do IPA, e do grande mestre José Cláudio Moreira, do Departamento de Bioquímica da UFRGS. Trata do efeito do dicromato de potássio sobre células vermelhas do sangue do popular Cascudo. Boa leitura! Normann et al., 2008

quarta-feira

A pilha de papéis na mesa me lembra de meus compromissos. Redigir, talvez alguma vistoria, tentar ir ao Hospital Regina ver o colega Lucas, em coma e portador de um enfizema pulmonar... Os dias de "férias" se vão rápido, logo verei a cara de meus novos alunos do IPA, na próxima semana.  Amo lecionar, acima de tudo é um ato quase religioso, de apresentar o conhecimento. Como um Prometeu de nossos dias, entregamos o fogo do conhecimento , para ser usado com sabedoria por jovens e outras/os não tão jovens, que nos buscam. Novamente bolar jeitos e maneiras de seduzir com a novidade do saber, encantar, buscar cativar na sala de aula, demonstrar que saber o ciclo de Krebs é importante, que é fácil lembrar do nome e localização dos epitélios do corpo humano, e que o nome e localização de giros e sulcos do córtex cerebral NÃO é algo que consuma horas e horas de enfadonha memorização. Revejo os vídeos e apresentações de aula, começando a me preocupar se terei o abençoado datashow à m

...e bloco da lenda se encerra...

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Estrela da Terra (Danilo Caymmi e Paulo César Pinheiro) Por mais que haja dor e agonia Por mais que haja treva sombria Existe uma luz que é uma guia Fincada no azul da amplidão É o claro da estrela do dia Sobre a Terra da Promissão Por mais que a canção faça alarde Por mais que o cristão se acovarde Existe uma chama que arde E que não se apaga mais não É o brilho da estrela da tarde Na boina do meu capitão E a gente rebenta do peito a corrente Com a ponta da lâmina ardente Da estrela da palma da mão Por mais que a paixão não se afoite Por mais que a minh'alma se amoite Existe um clarão que é um açoite Mais forte e maior que a paixão É o raio da estrela da noite Cravada no meu coração E a gente já prepara o chão pra semente Pra vinda da estrela cadente Que vai florescer o sertão E bloco da lenda se encerra Virá o cavaleiro de guerra Cantando no alto da serra Montado no seu alazão Trazendo a estrela na Terra Sinal de uma nova estação

Tudo tem seu momento, é tudo ou nada...

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Ponto de Encontro (Milton Nascimento e José Renato) Corro ao portão Que esperança Correio já passou e não deixou nada Segura essa coração Vamos ver se amanhã a coisa...muda O telefone diz A voz é outra... Fala do trivial Não faz mal. Agrada... Olhar não mente e se mostrou Narrando uma ansiedade Quase louca É muito amor que se viveu Pra se apagar na sombra Da saudade... Que saudade Onde se perdeu... Onde se esqueceu... Tudo tem seu momento, é tudo ou nada... E lá no fundo sei talvez seja tarde Só a imagem que ficou Virá me visitar o pensamento Virá me embriagar de fantasia O teu perfume então estará na vida A hora certa já passou E o tempo não curou essa ferida O muro cresce já subiu E corro atrás da porta de saída... A saída... De te respirar... De reconquistar... De te respirar... De reconquistar...

para o meio de uma semana de julho

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Fantasia E se, de repente A gente não sentisse A dor que a gente finge E sente Se, de repente A gente distraísse O ferro do suplício Ao som de uma canção Então, eu te convidaria Pra uma fantasia Do meu violão Canta, canta uma esperança Canta, canta uma alegria Canta mais Revirando a noite Revelando o dia Noite e dia, noite e dia Canta a canção do homem Canta a canção da vida Canta mais Trabalhando a aterra Entornando o vinho Canta, canta, canta, canta Canta a canção do gozo Canta a canção da graça Canta mais Preparando a tinta Enfeitando a praça Canta, canta, canta, canta Canta a canção de glória Canta a santa melodia Canta mais Revirando a noite Revirando o dia Noite e dia, noite e dia Chico Buarque

LUTO E INDIG-NAÇÃO

E mais uma vez o Brasil paga um vexame mundial. Novamente, os jagunços de algum coronel do norte do país bancou o assassinato covarde de um casal de ambientalistas. José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo foram lideranças destacadas na defesa da floresta extrativista e por esse motivo sofriam ameaças constantes. Foram pioneiros na criação da reserva extrativista do Assentamento Praia Alta Piranheira, onde existe uma das últimas reservas de castanha-do-pará. Essa reserva, em razão da grande riqueza em madeira, essa reserva era alvo de cobiça de madeireiros e grileiros. Os mesmos coronéis que bancaram a morte da irmã Dorothy, de Chico Mendes e de tantos e tantas outros/as que lutam e lutaram por dignidade, sustentabilidade, relações harmônicas entre pessoas e a natureza. Novamente, um atestado de naçãozinha do terceiro mundo. Mais uma vez, ao termos uma  "justiça"  e uma  pulissça  (não polícia) míopes, que não enxergaram as ameaças que o casal sofria a torto e

Maurício de Souza na APL!!!

Em tempo: nunca é tarde para lembrar do ingresso do grande Maurício de Souza na Academia Paulista de Letras. Enfim, o reconhecimento dos doutos acadêmicos de que cultura, sim, está no gibi!!! Assim como Stan Lee, Maurício fez de sua prancha de desenho espaço para excluídos e estigmatizados, como a invocada gorducha dentuça, o sujinho, a gulosa, o nerd de franja e o calequinha que fala elado... na mesma época, um senhor de óculos, magrinho, de NY, escrevia algo sobre um sujeito de pedra que buscava ser aceito, um herói cego que espancava gângsteres, um jovem pobre que balançava em teias de aranha, um herói de guerra deslocado de seu tempo e um cadeirante telepata que comandava uma escola para outros excluídos. E depois me dizem que HQ não é cultura...

inquietude

Dois de junho. Me sinto inquieto, querendo sentir o vento gelado no rosto e o sol teimoso aquecendo minhas roupas. Revi a aula do dia, levei Sophia ao ballet, troco torpedos com o compadre Ronald Silva Lima e, claro, lembrei de tia Lìgia, de aniversário naquele dia, lá onde ela está, junto ao tio Chico, aos meus avós e aos nossos queridos. A gente fica mais sensibilizado na medida em que se aproxima o dia do próprio aniversário. 45 anos. Nesse tempo, o Brasil deixou de ser ditadura militar para ter um operário e uma ex-guerrilheira na presidência, confirmando que uma democracia meia-boca ainda é preferível do que uma maravilhosa ditadura (Vade Retro!!!); os Beatles acabaram (dois deles literalmente), os grandes festivais de música acabaram, inventaram os bregas, os sertanojos, o bom funk de George Benson e outros virou nome de algo que os cariocas insistem em dizer que é música, mas que me cheira mais a encenação do Kama Sutra... Os festivais de música voltaram, nos impingindo coisa