espantando uma crise criativa

Bah. Uma das coisas que mais estou gostando nesse processo todo de ter voltado a estudar Música de forma decente e, na medida do factível, organizada, é a profusão de ideias musicais que aparecem. As experiências no curso fazem brotar várias linhas harmônicas e suas melodias a tiracolo, com uma facilidade que não experimentava há tempos. De repente, harmonias que transitam entre o bossanovístico, o clubesquineiro, o samba-choro e o gaudério milongueiro aparecem aos dedos, tornando-se base para melodias modéstia às favas interessantes.

A questão é que, nem sempre, as palavrinhas acompanham o pensar musical na mesma velocidade. De meus dedos, várias sequências harmônicas anseiam por virar música com letra bonitinha e tudo, dessas de ter orgulho de tirar o violão do case e sair tocando com cara de feliz. Tenho algumas várias, transitando entre o samba-choro, o samba "de verdade", a milonga urbanizada, a bossa enjazzada e por aí vai. Há um arranjo feito sobre uma música de roda bem tradicional, composto para as aulas do professor Paulo Dorfman, que está doido pra virar melodia com vida própria, já com fragmentos de letra mais ou menos pensados.

A questão é a freada na gestação de letrinhas. De repente, as letras ficam saindo com a mesma dificuldade que anéis em mãos gordinhas... As frases viram rabiscos e os rabiscos viram borrões em papéis cujo destino não é a pastinha e o pendrive, mas o "arquivo redondo" da lixeira....e a empacada...e o vamos lá....e....e....e...

Creio que está na hora de me render aos velhos livros de poesia para fazer as ideias tomarem vergonha na cara e namorar as minhas melodias...

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