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Mostrando postagens de abril, 2015

anos de chumbo - a volta no Paraná

Professores e servidores estiveram dia 29, na última quarta-feira, na Assembleia Legislativa do Paraná para acompanhar a votação de alterações na previdência do funcionalismo, autorizando o governo estadual a mexer no fundo de previdência dos servidores do Estado. Os manifestantes foram brutalmente agredidos pela Polícia Militar do governador Beto Richa (PSDB). De acordo com o jornal paranaense Gazeta do Povo, que cobriu os conflitos in loco , mais de 130 manifestantes ficaram feridos, oito em estado grave. Um deles com traumatismo craniano. Como se fossem guerrear, os PM utilizaram blindados, bombas, balas de borracha, cães pitbull treinados e até um helicóptero para coibir os servidores, que simplesmente queriam zelar por seus direitos.  Diversos feridos foram atendidos no meio da rua. O prédio da Prefeitura de Curitiba foi transformado em uma espécie de ambulatório de campo de batalha, para dar suporte aos atendimentos. 213 ou mais pessoas, entre elas idosos, cr

retrato de alguém que devia ter ficado de boca fechada...

Tudo bem. Eu costumava soltar alguma piada ou trocadilho infame durante uma aula, em especial quando os epitélios passavam a ter diferentes tipos de classificação, ou os tipos de colágeno e onde se encontram, ou ainda o mecanismo molecular da contração muscular, ou as fases da embriogênese, gametogênese, ossos do carpo e tarso, derivadas da aorta abdominal, nervos do plexo lombar, ciclo de Krebs, lipólise, gliconeogênese... Ajuda a desopilar, libera endorfina, cria um ambiente legal de trabalho na sala de aula. Claro que tem que manter o respeito, afinal o objetivo é rir e desopilar, não ser processado! Estamos aqui pra ser felizes, não para sacanear com os próximos/as, e sala de aula não é lugar de preconceito, em hipótese alguma! Machismo, racismo, coisas do tipo, tô fora, isso não nos pertence! Pois parece que nem todo docente pensa assim. Numa aula da disciplina de Direito Empresarial III, na conceituada Faculdade de Direito da PUC-RS, o conceituado professor Fábio Melo de Azambu

mateando na web

Tudo que é gaúcho, e aí me incluo, de alguma maneira curte tomar a beberragem de origem guaranítica, feita com erva-mate moída ou pilada, água a uns 60 graus (mais quente é torrar esôfago), em cuia de porongo (plástico libera POPs - poluentes orgânicos persistentes), o mate, também denominado chimarrão. O gaúcho mais ortodoxo gosta do mate amargo, mas há quem misture açúcar, em especial as vovós, tomando seu mate-doce e suas variantes, com leite, canela... Também é muito comum colocar saquinhos de chá na erva, como cidreira ou hortelã, para adicionar um sabor especial, curar ressacas e dar um jeito no fígado. A bebida possui propriedades digestivas e estimulantes. Pra começar, ela é rica em antioxidantes, como os polifenóis, sendo uma espécie de ancestral indígena das tais bebidas "detox" da moda. Ou seja, Sepé Tiaraju já curtia uma detox lá nos Sete Povos!! Tem os taninos, que curam diarreia que é uma beleza, tem uma boa dose de cafeína e outros alcalóides (metilxantina,

uma parte de mim na CTI (calma, passa bem!)

O som não era o mesmo há alguns dias. Dó e ré graves irregulares, as sapatilhas sem ocluir corretamente os furos, o som não era mais o mesmo. Paro e coloco-a sob luz forte da luminária do cactário. Logo, os meus olhos, treinados para a microscopia e anatomia, identificam o pedacinho da peça que prendia a mola solta, na chave do Ré#. A chave solta, como se os tendões de um membro cortados deixassem em falso, quase bobo. O veredicto: uma solda em prata e um realinhamento do corpo metálico de minha amiga. Não nos conhecemos há muito tempo. Desde setembro, convivemos um com o outro. Tenho tentado aprender seus mistérios e sonoridades, entre notas longas e articuladas, soprando-a continuamente ou como uma zampoña andina. Escalas, exercícios, todos interrompidos por duas a três semanas. Longa, longa espera...paciência é o nome, saudade de dedos e embocaduras....

assino embaixo!

“Meu apaixonado senso de responsabilidade social sempre contrastou com minha pronunciada ausência de necessidade de contato direto com outros humanos. Eu sou realmente um ‘viajante solitário’ e nunca pertenci a meu país, meu lar, meus amigos ou mesmo à minha família com todo meu coração. Mesmo com todos estes laços, nunca perdi a necessidade de estar sozinho”. ( The World as I See: An Essay by Albert Einstein )

reunir a tribo...

Ontem, um amigo me preocupou com sua saúde. Pulmões fragilizados em um sujeito com a força de um trator. As cicatrizes de batalhas cirúrgicas ornando o ventre, a pressão denunciando a surra do tempo. Meu amigo, meu herói, como dói saber que a ti também corrói a dor... Fico preocupado em não poder te puxar as orelhas para consumir mais mel e gengibre, coisas da terra que curam. Insisto com Paul Simon, "I'm on your side, when times get rough". Alguns dias antes, um encontro com outro amigo nos traz algo mais chocante ainda. Ele nos conta coisas nada boas de outro querido. Sim, um outro amigo, um dos mais ativos e desinibidos da trupe, que dividia seus talentos de advogado no serviço público como o de ator de teatro, sempre com uma desenvoltura fantástica, sofrendo o jugo de uma patologia neurodegenerativa. As mãos, o sorriso, o jeito de ser de um de nossos meninões, sendo vencido, ou tomando uma severa surra, de um mal que tem o tempo como inimigo. Músculos não obedec

reflexivo...

Vivo uma bipolaridade intelectual permanente. Transito entre dois mundos bastante distintos, em que pese tente fazê-los interagir. Um lado meu é o técnico, é o biólogo que se graduou em um centro de excelência, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, no seu curso de Bacharelado. Além dessa casa, tive a honra de ser aluno da UNICAMP, casa responsável por 15% da pesquisa acadêmica no país. Pilotei microscópios eletrônicos, coisa que nem em sonho eu imaginei que faria um dia... Participei de congressos, produzi, escrevi. Tive professores e professoras lendári@s, nas duas casas. É gente com uma capacidade intelectual gigantesca e, ao mesmo tempo, uma humildade-humanidade quase monásticas. Seus exemplos eu levo para a vida, não somente os de sala de aula. Sempre disse que de nada adianta saber o ciclo de Krebs de cor se não sabemos que, na fome, o acetil CoA que dá o seu desencadear não sai de uma molécula de glicose ingerida, mas de uma reserva de gordura, quiçá aminoácido, queimado

luto: Eduardo Galeano

De nuestros miedos nacen nuestros corajes y en nuestras dudas viven nuestras certezas. Los sueños anuncian otra realidad posible y los delirios otra razón. En los extravios nos esperan hallazgos, porque es preciso perderse para volver a encontrarse. (Eduardo Galeano, 03/09/1940 - 13/04/2015). O grande escritor uruguaio nos deixou hoje, aos 74 anos. Denunciando, instigando, fazendo pensar, sempre. Valeu, mestre Galeano!!!

Volnei, eles não sabem o que fazem!!!!!

No ano de 2013, no verão, eu e o diretor Volnei Campagnoni comemos um bocado de fumaça apagando um incêndio que consumia vários metros cúbicos de plásticos, no bairro Vila Nova, em Novo Hamburgo. Apesar de termos saído com um cheiro de fumaça sentido a léguas, tivemos sucesso abafando o fogo, com auxílio de uma retroescavadeira que abafava as chamas com terra e filtrava a fumaça que teimava em ocupar os pulmões de centenas de moradores da área. Anos antes, em 2005, o mês de janeiro foi marcado, na região de Lomba Grande, por uma queimada, onde a equipe da SEMAM se atirou de corpo, alma e muita água para apagar outra queimada, que consumia vários hectares do banhado do Sinos. Sucesso no procedimento, agimos como equipe. Hoje, mais uma vez a notícia que começa a virar tragédia, dos tanques de combustíveis queimando, temperaturas superiores a 800 graus, a poluição tomando conta da área portuária de Santos... Notamos a falta de preparo e de desenvolvimento de uma estratégia clara de co

uma babel retratada em horário nobre

Confesso. Dei uma espiada na tal Babilônia. De curioso. Sim, eu, que questiono o monopólio da informação neste país, e daí? Sem patrulhamento, por favor! Quando você vê uma multidão de líderes fundamentalistas contra algo, é porque ali tem mais do que se imagina.Vamos por partes: 1. Tem a atuação perfeita da dupla Fernanda Montenegro e Nathalia Thimberg. Tudo bem que a segunda fez franca campanha contra a eleição da presidenta Dilma, pelo que me lembro. Entretanto, estão com um belo papel de um casal homossexual de terceira idade. Dois tabus. Sexualidade pós menopausa e homossexualismo feminino. Ou seja, idosos não podem ter vida afetiva, ainda mais se forem homossexuais, pior ainda se forem vovós. Pecado dos pecados! Os Malafeia da vida, em conluio com suas contrapartes do congresso, estão malhando fortemente a trama em função do casal gay idoso. Pessoalmente, é desculpa das mais furadas. O que chama a atenção é o que vou comentar abaixo. 2. Um personagem, aliás, núcleo de persona