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Mostrando postagens de setembro, 2014

Cotidiano (a bênção, Prof. Rene!)

O burburinho dificilmente fugia aos olhos de quem via a cena. Os olhos com lágrimas, beirando a indagação e a frustração, faiscavam no rosto do moleque. De suas roupas rotas e encardidas, as moedas, ganhas no semáforo, tilintavam e caiam. O segurança não quis saber. De uniforme impecável, ele, cujas mãos fortes torceram o braço do piá, esbraveja: - Ô, guri, o que você tem na mão? Mostra! O menino, diante do ar de inquisidor, responde, apavorado, - Seu guarda, só quero comprar uma bolacha! “Tô” com fome, moço, o dinheiro é meu! Em nada adiantara explicar que não roubava, roubara ou roubaria. A pobreza o condenava, e seu algoz, fazendo a "segurança" do mercado, o excluía dali. As bolachas, com as quais a fome seria mitigada, esfarelam-se nas mãos fortes do guarda, dentro do pacote. O suor escorria nervoso pela testa do guarda, na intensidade das lágrimas do menino. - Moço, não me bate! Eu não sou ladrão! - Tá, guri, sai daqui, esse mercado não é para o teu bico

síndrome de abstinência

Estou sofrendo de síndrome de abstinência. A coisa é maior que eu, mais forte que minha força de vontade. Eu sei que a vida tem dessas coisas. Que nada é eterno, que as coisas são cíclicas. Diga isso para meu id, que se deleita quando exerço meu vício...nesse ponto de vista freudianamente embalado, meu ego clama por seus afagos, por sua exaltação armada de canetão ou giz, de um powerpoint ou de filmes made in youtube. De vez em quando me pego balbuciando palavras quase ininteligíveis para alguns... um gutural Krebs vem do fundo da alma...imagens de cabeças de miosina fosforilada interagindo com dona actina desfilam como a bateria de uma escola de samba diante de uma retina, de suas células ganglionares, de seus fotocaptores cones e bastonetes e células gliais modificadas. Nisso, estou começando a delirar com macrófagos de vários tipos em perseguição, despejando o conteúdo de lisossomos sobre minha pessoa, tentando me dissolver... As ecografias de gestantes também fervem meu i

uma dica

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Bom, qualquer pessoa que me conheça sabe que sou um entusiasta de recursos de Informática na Educação. Agora, em que me enveredo mais fundo pela Música, não faria diferente. Lá vai uma dica que achei bem legal e baratinha!! Tem um software livre, o Editom, (http://www.softwarepublico.gov.br/ver-comunidade?community_id=21650445), que é uma ferramenta muito legal para escrever música. Minha experiência anterior com download de programas de escrita musical me custou um vírus que tornou meu netbook uma carroça com uma roda só, de tão sofrível que o mesmo ficou. Buscar um software livre me pareceu uma alternativa mais lógica, barata e livre de vírus (em tese). O tal editor permite registrar músicas com facilidade, até para quem não está muito familiarizado com a prática de escrita musical. Permite registrar instrumentos em pauta, de forma correta e tranquila, sem pesadelos. Vale uma olhadinha!

fazendo escola...

http://globotv.globo.com/rede-globo/bom-dia-brasil/v/volume-de-represa-diminui-e-peixes-sao-resgatados-em-sp/3604750/ Há uns três anos quase, eu alertara o meu então "superior" sobre a seca no Rio dos Sinos e sobre a pobre quantidade de oxigênio em suas águas. Isso tudo estava encaminhando o rio a presenciar mais uma cena de mortandade de peixes. Não tive retorno algum de meu "superior"... Contudo, sempre existe alguém que te ouve. Falei com meu compadre Júlio Dorneles, então dirigente do Consórcio Pró-Sinos, em São Leopoldo. Pronto, comprou a ideia. Mais que isso, mobilizou todo um pessoal para auxiliar na empreitada. Gente, redes, caminhões, bombas de oxigênio... e cinquenta mil peixes, de diferentes espécies, resgatados e enviados a uma área mais favorável do Rio dos Sinos. Muito ouvimos de elogio e de crítica. Enfim, comprovamos que agimos cor

pros talibãs gaudérios...aargh!!!

Bah... não bastasse uns descerebrados torcedores de meu time macaquearem o Aranha santista, uma tragédia anunciada pela truculência de um "patrão" de CTG ocorre em nosso estado. Quando vemos Santana do Livramento promover, através de uma juíza com ampla visão humanista, um casamento comunitário, que abrigaria casais homoafetivos, vemos a marca da intolerância. A juíza, com toda a sensibilidade, humanidade e visão aberta, acolheu a demanda de casais homoafetivos que queriam celebrar sua união. Bonito, uma façanha a servir de modelo a toda a terra, parafraseando nosso hino. Uma abençoada decisão, de permitir ao casal de mulheres os direitos que casais heterossexuais têm diante da previdência social, planos de saúde, entre tantos benefícios que, em verdade, são direitos civis, poxa vida!! Contudo, algo mudou, por enquanto, o panorama... Pois o Centro de Tradições Gaúchas (CTG) em Santana do Livramento que iria sediar o casamento coletivo cu