Atlas de Histologia: tecido cartilaginoso
cartilagem elástica, orelha. Notar a presença de fibras elásticas, fortemente coradas pela técnica histológica. |
fibrocartilagem. Notar que não temos grupos isógenos convencionais, e ocorrem espessos feixes de colágeno I, típicos desse tipo de tecido. |
O tecido cartilaginoso
é uma das formas diferenciadas do tecido conjuntivo, derivando das células mesenquimais primitivas. Como tais células, as células cartilaginosas apresentam ampla capacidade de produzir matriz extra-celular, notadamente colágenos, proteoglicanos, glicoproteínas específicas e glicosaminoglicanos. Os condrócitos,
quando jovens e em
plena atividade secretora de matriz extra-celular são denominados de condroblastos.
A matriz cartilaginosa se caracteriza por ser basófila, quando corada com HE, e com aspecto hialino. Histologicamente, percebemos que a matriz de cartilagem não é homogênea, havendo padrões tintoriais diferenciados ao longo da mesma. A região próxima à periferia das células é mais basófila se comparada com as regiões mais afastadas, devido a sua composição química, mais rica em proteoglicanos e glicosaminoglicanos, e com feixes colagênicos menores e mais delicados. A região mais basófila é chamada de matriz territorial e a matriz menos basófila é chamada de matriz interterritorial.
A matriz cartilaginosa se caracteriza por ser basófila, quando corada com HE, e com aspecto hialino. Histologicamente, percebemos que a matriz de cartilagem não é homogênea, havendo padrões tintoriais diferenciados ao longo da mesma. A região próxima à periferia das células é mais basófila se comparada com as regiões mais afastadas, devido a sua composição química, mais rica em proteoglicanos e glicosaminoglicanos, e com feixes colagênicos menores e mais delicados. A região mais basófila é chamada de matriz territorial e a matriz menos basófila é chamada de matriz interterritorial.
As
cavidades da matriz ocupadas pelos condrócitos são chamadas de
lacunas. A matriz é constituída de colágenos (ou colágenos mais
elastina), associado a macromoléculas de proteoglicanos e
glicoproteinas adesivas. O colágeno II é o principal tipo dessa
proteína nas cartilagens, embora muitas outras formas associadas também
ocorram, muitas vezes associadas às fibras colagênicas do tipo II. Na cartilagem fibrosa, ocorre
presença de fibras de colágeno I, formando o anel fibroso, o que
faz com que este tecido seja um intermediário histológico entre o
tecido conjuntivo denso moldado e a cartilagem hialina.
As
funções do tecido
cartilaginoso dependem dessa constituição da matriz. A matriz é a
responsável pela firmeza e flexibilidade da cartilagem. As funções
do tecido cartilaginoso são: suportar tecidos
moles, revestir superfícies articulares com a finalidade de absorver
choques, facilitar deslizamentos e participar da formação e
crescimento dos ossos longos. A função mecânica da cartilagem se
dá, em boa parte, pela capacidade de reter água de solvatação
junto aos proteoglicanos e glicosaminoglicanos de sua composição.
As cartilagens se classificam segundo o
tipo de fibra presente na matriz. Existem três tipos, portanto, de
cartilagens:
- Cartilagem HIALINA
- Cartilagem ELÁSTICA
- Cartilagem FIBROSA
Cartilagem Hialina
É
o tipo de cartilagem mais frequentemente encontrado no nosso corpo.
Ela forma a maior parte do esqueleto cartilaginoso no embrião, e, no adulto, compõe a parede das fossas nasais, septo nasal, anéis cartilaginosos da traqueia e
brônquios, discos epifisários, na extremidade ventral das costelas
e recobrindo superfícies articulares dos ossos longos.
A matriz da cartilagem hialina é constituída por fibrilas de
colágeno tipo II, colágeno IX e colágeno XII, entre outros, associadas
a proteoglicanos,
como o agregan, fibromodulina e outros, e a diversas glicoproteínas,
como a condronectina.
Os
condrócitos localizados na periferia da cartilagem hialina são
mais alongados, diferindo daqueles encontrados mais profundamente,
arredondados e encontrados em grupos de até oito células,
chamados de grupos isógenos. A
cartilagem hialina é envolvida pelo pericôndrio, no qual é formado
de fibras de colágeno tipo I e células semelhantes aos
fibroblastos.
Dentro
da matriz territorial encontram-se condrócitos retraídos ou até
ocupando toda cavidade do condroplasto. Os condrócitos estão
dispostos isoladamente nos condroplastos ou formando grupos isógenos; Ao
redor encontra-se a pericôndrio;
O pericôndrio é dividido em duas zonas, caracterizando assim o pericôndrio condrogênico e o pericôndrio fibroso. O pericôndrio condrogênico, mais interno, se caracteriza pela presença de condroblastos em abundância. Já o pericôndrio fibroso, mais externo, contém elementos de tecido conjuntivo propriamente dito, notadamente fibroblastos e colágeno I.
Cartilagem
Elástica
É semelhante à cartilagem hialina, apresentando como diferencial uma densa malha de fibras elásticas
finas, contínuas com o pericôndrio. Além disso, apresenta
pequena quantidade de material intercelular. Esse tipo de cartilagem
se caracteriza por ser muito flexível e quando lesada, repara-se só
com tecido fibroso, como se percebe na orelha de praticantes de artes marciais.
A
cartilagem elástica pode estar isolada ou associada à hialina. Ela está presente no pavilhão auditivo, conduto auditivo
externo, tuba auditiva, na epiglote, na cartilagem cuneiforme da
laringe na zona superficial das cartilagens brônquicas. Como na cartilagem hialina, a elástica também tem
pericôndrio em torno dela.
Fibrocartilagem
Ou cartilagem fibrosa, é um tecido morfológica, funcional e histologicamente intermediário entre a cartilagem
hialina e o conjuntivo denso. Ela está sempre associada ao tecido
conjuntivo denso, sendo difícil determinar os limites entre eles. Sua matriz é rica em fibras colágenas tipo I, que seguem
irregularmente entre os condrócitos ou em arranjos paralelos ao
longo dos condrócitos. Ocorre nos discos intervertebrais, nas junções osteotendíneas e osteoligamentares, na sínfise pubiana e, por algum tempo, na sínfise mentoniana. Diferente
das demais cartilagens, a fibrocartilagem não apresenta pericôndrio; sua regeneração é muito lenta, o que é comprovado em casos de hérnia de disco intervertebral.
Nos
livros-texto mais tradicionais de Histologia, é comum mencionar a ausência de grupos isógenos nessa cartilagem. Modernamente, consideramos que os mesmos existem, só que de forma linearizada, constituindo
grupos isógenos axiais.
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