bucólico...

Domingão. Meio de feriado prolongado. A voz e as energias querendo voltar aos eixos. Como diria o Fernando Brandt, "eu vejo mais as ruas, luz, estrada, pó...", coloco no carro a Sophia, meu sobrinho com sua namorada a tiracolo e vamos ao refúgio familiar, no sítio e residência de minha prima. O retorno ao aconchego familiar, como se fosse uma volta ao útero, me recompõe. A boa comida, o bom papo, me dou ao luxo de tomar uma boa cerveja com meus primos, encostada num picado de salsichão, tentando convencer o sol e o vento a entrar em acordo e propiciar um banho de piscina e açude. Não deu. Pelo menos o cochilo preguiçoso, enquanto Sophia e seus priminhos assistem "Rio" no DVD. Nem mesmo a simpatia da arara Blu na telinha consegue fazer parar o jorro de opióides naturais de meu cérebro. O cochilo é quase uma obrigação legal!

O cheiro de café fresco me convida a sair a toca, pisar grama fresca, petiscar pitangas doces como mel e ver as aves...tico-ticos que nunca dão as caras na cidade, sanhaços, os raros sabiás-de-coleira, beija-flores dançando nas corticeiras em flor...Sophia pegou meu hábito de beliscar os pés de funcho na horta...convívio tem disso.

Dedico tempo a ver televisão com minha tia-avó. A senhora antes ativa e altiva hoje restringe seus momentos às limitações de uma fratura de fêmur, pilotando a cadeira de rodas e o andador nos seus momentos de saída do leito. Sinto aquela mão que me aconchegava e consolava nos velhos tempos da Rua Villagran Cabrita, agora tão pequeninha entre meus dedos...ajeito a minha tia-avó no seu leito, enquanto minha prima traz seu lanche...cada momento que passo ao lado dessa vovó é um pouco de perfume que deus coloca nas minhas mãos. É o presente de ter um pouco mais de chance de convívio...

A hora de pegar estrada chega relutante. Vamos. mas voltaremos...de novo para recarregar pilhas e energias boas...como as energias que mantém floridas bromélias como essa da foto...

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