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desabafando...

Sabe aqueles dias em que você quer escrever, sente que precisa colocar algo na telinha, encher esse espaço virtual com algo...e os freios do texto estão puxados. Bom, você vai dizer que "ah, se estivessem puxados você não estaria aqui escrevendo!!" É, na prática talvez não. Me sinto agora como meus/minhas orientandos/as, desesperados com as ameaças do calendário, do relógio e da iminência de entregar o manuscrito. Agora mesmo vejo um grupo de alunas da Enfermagem, mexendo freneticamente em textos e artigos, a fim de dar um jeito em seus trabalhos de conclusão, premidas por prazos e notas, estágios e relatórios... Pela manhã, a choradeira para postergar uma prova, dividindo humores e pavores. Coisas de meio de semestre... Daqui a pouco sigo para o laboratório, serei o docente responsável por uma oficina da semana acadêmica da Biologia do IPA. Beleza, tudo vale. Até para poder costurar futuras alianças e parcerias. Sinto falta de um pouco mais de laboratório em meu lombo, d...

Calorão...

Calor...e ainda tem gente que diz que o efeito estufa é ficção. São quatro horas da tarde, estou numa cidade entre a serra gaúcha e o banhado do Rio dos Sinos. Historicamente, deveria ser uma tarde fresca e gostosa. Quem disse? Avisaram o tempo? Nas minhas costas, uma sensação de pelo menos uns 28, 29 graus. Da janela da prefeitura, se pode ver que alguns doidos ainda insistem em queimar materiais, sejam eles folhas, resíduos diversos, o que for. Logo mais, a BR-116 me levará a aplicar uma prova em meus alunos da Educação Física, prova de Bioquímica. Na BR, toneladas de gás carbônico e outras emissões veiculares empestam os céus, dando-lhe cor cinzenta quando se vê de longe a região metropolitana de Porto Alegre. Pelo caminho, vejo pessoas podando árvores. É como se estivéssemos arrancando os filtros e fios de um ar condicionado, pois as folhas são o grande órgão de captação do malfadado gás carbônico. Esses organismos abençoados transformam o lixo do ar em amido, celulose e sacaros...

dividindo Vladimir Maiakowski com vocês...

"Nos demais, todo mundo sabe, o coração tem moradia certa, fica bem aqui no meio do peito, mas comigo a anatomia ficou louca, sou todo coração." "Fiz ranger as folhas de jornal abrindo-lhes as pálpebras piscantes. E logo de cada fronteira distante subiu um cheiro de pólvora perseguindo-me até em casa. Nestes últimos vinte anos nada de novo há no rugir das tempestades. Não estamos alegres, é certo, mas também por que razão haveríamos de ficar tristes? O mar da história é agitado. As ameaças e as guerras havemos de atravessá-las, rompê-las ao meio, cortando-as como uma quilha corta as ondas." "DESPERTAR É PRECISO Na primeira noite eles aproximam-se e colhem uma Flor do nosso jardim e não dizemos nada. Na segunda noite, Já não se escondem; pisam as flores, matam o nosso cão, e não dizemos nada. Até que um dia o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua e, conhecendo o nosso medo, arra...

O MAPA

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Olho o mapa da cidade Como quem examinasse A anatomia de um corpo... (É nem que fosse o meu corpo!) Sinto uma dor infinita Das ruas de Porto Alegre Onde jamais passarei... Há tanta esquina esquisita, Tanta nuança de paredes, Há tanta moça bonita Nas ruas que não andei (E há uma rua encantada Que nem em sonhos sonhei...) Quando eu for, um dia desses, Poeira ou folha levada No vento da madrugada, Serei um pouco do nada Invisível, delicioso Que faz com que o teu ar Pareça mais um olhar, Suave mistério amoroso, Cidade de meu andar (Deste já tão longo andar!) E talvez de meu repouso... Mario Quintana - Apontamentos de História Sobrenatural

um dia normal de trabalho....pelo menos pra mim!

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bom...de vez em quando aparecem uns seres muito interessantes em meu local de trabalho. Um exemplo é este quati, encontrado em uma estrada de Novo Hamburgo...o bichinho, após exames pela veterinária da secretaria, foi solto em um local protegido.

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Não me pergunte. Hoje algo me rouba o sonho e um estado pensativo toma conta de meu ser. Neste momento, sinto o peso de rochedos eternos puxando meu sorrir para baixo. Farei coisas boas, terei uma segunda mais leve que as últimas dez pregressas, tenho uma palestra para dar, mas nem tudo isso me faz desaparecer a sensação de fossa, de "algo está errado"... O sono está longe de tomar conta de meu corpo, não defino se quero o toque de cobertas ou se apenas o toque da madrugada me embalará uma noite a cada minuto mais curta...tento chamar o sono, com a persistência de quem liga para um tele-serviço. Preocupações. Perguntas. Uma nova semana se achega. Vamos ver que respostas ela traz...
TRADUZIR-SE   Ferreira Gullar Uma parte de mim é todo mundo: outra parte é ninguém: fundo sem fundo. Uma parte de mim é multidão: outra parte estranheza e solidão. Uma parte de mim pesa, pondera: outra parte delira. Uma parte de mim almoça e janta: outra parte se espanta. Uma parte de mim é permanente: outra parte se sabe de repente. Uma parte de mim é só vertigem: outra parte, linguagem. Traduzir uma parte na outra parte _ que é uma questão de vida ou morte _ será arte?