Dia do Trabalho
Aqui, uma mensagem pelo dia de ontem...Dia do Trabalho. É uma música feita pelo Chico Buarque e pelo Novelli, foi tema do filme homônimo. A locução do filme foi feita pelo ator Othon Bastos, de voz bem conhecida do grande público. A produção se deu entre 1979 e 1981, e o lançamento em 1982. A direção é do cineasta Renato Tapajós, produzido pela produtora Tapiri
Cinematográfica. O filme inicia falando da greve de 1979. Essa greve dos metalúrgicos interrompe a
produção das fábricas do ABC, na Grande São Paulo. Isso em pleno governo Figueiredo, na última república generalizada brasileira. A intervenção do
Governo Federal tenta derrubar o movimento, mas em 1980 outra greve
surge. A repressão policial é a alternativa encontrada pelo Governo
Militar para dizimar a greve. Os diretores do sindicato são presos e
processados. Hoje, algumas dessas pessoas ocupam cargos importantes no
Governo, inclusive o da Presidência da República.
A 1ª exibição pública de Linha de Montagem ocorreu no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, para um público de 2 mil pessoas. Era final dos anos 70. Em São Bernardo do Campo, no estado de São Paulo, cidade industrial, começam a ser desencadeadas várias greves de metalúrgicos. Nesse movimento social ascende um pernambucano chamado Luiz Inácio da Silva, líder sindical que recebera o apelido de Lula na fábrica em que trabalha e no sindicato que presidiu. Talvez você tenha ouvido falar dele... Ao contrário do que muitos pensam, Lula não foi o criador e/ou o agitador das greves: elas foram criadas pela própria História, como necessidade daquele momento. Prova disso são as tentativas desesperadas de conter as manifestações: primeiro, prenderam Lula, acreditando que, dessa forma, desarticulariam o movimento. Não funcionou: os trabalhadores faziam greve não porque Lula pediu ou insuflou, mas porque eles mesmos haviam decidido, em assembleia, que tal coisa era necessária. Assim, os grevistas lutavam por si mesmos e pelas pessoas que estimavam.
A 1ª exibição pública de Linha de Montagem ocorreu no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, para um público de 2 mil pessoas. Era final dos anos 70. Em São Bernardo do Campo, no estado de São Paulo, cidade industrial, começam a ser desencadeadas várias greves de metalúrgicos. Nesse movimento social ascende um pernambucano chamado Luiz Inácio da Silva, líder sindical que recebera o apelido de Lula na fábrica em que trabalha e no sindicato que presidiu. Talvez você tenha ouvido falar dele... Ao contrário do que muitos pensam, Lula não foi o criador e/ou o agitador das greves: elas foram criadas pela própria História, como necessidade daquele momento. Prova disso são as tentativas desesperadas de conter as manifestações: primeiro, prenderam Lula, acreditando que, dessa forma, desarticulariam o movimento. Não funcionou: os trabalhadores faziam greve não porque Lula pediu ou insuflou, mas porque eles mesmos haviam decidido, em assembleia, que tal coisa era necessária. Assim, os grevistas lutavam por si mesmos e pelas pessoas que estimavam.
E vieram as primeiras sessões do filme. Ou tentaram... Como era de praxe naqueles anos de chumbo, no meio
da sessão agentes da Polícia Federal chegaram com a ordem de apreender o
filme, já que não possuía certificado de censura. O próprio Lula, Chico Buarque e
Tito Costa, então prefeito de São Bernardo, negociaram com os policiais e
acordaram que o filme seria entregue, rolo a rolo. Só que, ao invés
disto, ele saiu pela janela diretamente para a sacola da faxineira, dona Maria
Elicélia Feitosa da Silva, que o encaminhou a outra pessoa. A cópia
original de Linha de Montagem permaneceu por 20 anos na Cinemateca
Brasileira. Sem condições ideais de conservação, quase foi consumida
pelo bolor. A partir de um financiamento pela Petrobras a
cópia foi restaurada, em um processo que exigiu o tratamento de cada um
de seus 98 mil quadros. Vale assistir para conhecer um pouco da gênese do PT, fortemente atrelada aos movimentos que o filme mostra.
Linha de Montagem
(Chico Buarque e Novelli)
Linha linha de montagem
A cor a coragem
Cora coração
Abecê abecedário
Ópera operário
Pé no pé no chão
Eu não sei bem o que seja
Mas sei que seja o que será
O que será que será que se veja
Vai passar por lá
Pensa pensa pensamento
Tem sustém sustento
Fé café com pão
Com pão com pão companheiro
Para paradeiro
Mão irmão irmão
Na mão, o ferro e ferragem
O elo, a montagem do motor
E a gente dessa engrena-gente
Dessa engrena-gente
Dessa engrena-gente
Dessa engrena-gente sai maior
As cabeças levantadas
Máquinas paradas
Dia de pescar
Pois quem toca o trem pra frente
Também de repente
Pode o trem parar
Eu não sei bem o que seja
Mas sei que seja o que será
O que será que será que se veja
Vai passar por lá
Gente que conhece e prensa
A brasa da fornalha
O guincho do esmeril
Gente que carrega a tralha
Ai, essa tralha imensa
Chamada Brasil
Sambe sambe São Bernardo
Sanca São Caetano
Santa Santo André
Dia-a-dia Diadema
Quando for, me chame
Pra tomar um mé
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