Gastão, c'est moi!!
Se é algo que me provoca náusea é gente sem caráter mendigar favores... gente que tu vês tratar na ponta dos coturnos os colegas, parceiros e amigos vir quase rastejando, se esgueirando feito verme no solo encharcado, implorando benesses que antes seriam ignoradas. A troca de favores, o fisiologismo, o "você me conhece", sempre aliado ao não menos asqueroso "veja bem", tudo isso me embrulhando um estômago cada vez menos tolerante a falcatruas, desmandos e despotismos.
Tenho quase quinze anos de serviço público. Já posso dizer que vi de tudo um pouco. Contudo, não me canso de refletir quando ouço algum amigo, em tom quase invejoso, falar "ah, mas é fixo, é estável, é seguro". E qual o preço da segurança? Qual o custo moral, psíquico, de ter um salário, em tese "certo", mas que te custa, por vezes a alma? Já trabalhei - e ainda trabalho - para a iniciativa privada. Por mais armadilhas que ali existam, nada se compara ao jogo de poderes, à maldita instabilidade da dança de cadeiras pública. Nota-se um tratamento quase de corte imperial aos setores próximos ao comando, ou a quem é subserviente a tal.
Hoje, "me calo com a boca de feijão", diria Chico Buarque. A vontade de alçar novos vôos, de dedicar-me ao magistério-ministério, concluir os estudos, publicar... e ao mesmo tempo, a sensação de pés e mãos atados ao solo, um misto de Ícaro sem asas, Prometeu acorrentado, Sísifo num rolar de pedra, em que a frustração, a dor e outros sentimentos amargos fazem meu corpo desencadear um indesejado adoçar químico do diabetes... Hoje mesmo, remoía vindo para o trabalho, sobre as coisas que me levaram a tomar uma mudança de rumo na vida, hoje motivo de amargo arrependimento.
Enfim... novamente, invoco o saudoso Gastão, o vomitador, do falecido Pasquim, para ilustrar a minha indignação!
Tenho quase quinze anos de serviço público. Já posso dizer que vi de tudo um pouco. Contudo, não me canso de refletir quando ouço algum amigo, em tom quase invejoso, falar "ah, mas é fixo, é estável, é seguro". E qual o preço da segurança? Qual o custo moral, psíquico, de ter um salário, em tese "certo", mas que te custa, por vezes a alma? Já trabalhei - e ainda trabalho - para a iniciativa privada. Por mais armadilhas que ali existam, nada se compara ao jogo de poderes, à maldita instabilidade da dança de cadeiras pública. Nota-se um tratamento quase de corte imperial aos setores próximos ao comando, ou a quem é subserviente a tal.
Hoje, "me calo com a boca de feijão", diria Chico Buarque. A vontade de alçar novos vôos, de dedicar-me ao magistério-ministério, concluir os estudos, publicar... e ao mesmo tempo, a sensação de pés e mãos atados ao solo, um misto de Ícaro sem asas, Prometeu acorrentado, Sísifo num rolar de pedra, em que a frustração, a dor e outros sentimentos amargos fazem meu corpo desencadear um indesejado adoçar químico do diabetes... Hoje mesmo, remoía vindo para o trabalho, sobre as coisas que me levaram a tomar uma mudança de rumo na vida, hoje motivo de amargo arrependimento.
Enfim... novamente, invoco o saudoso Gastão, o vomitador, do falecido Pasquim, para ilustrar a minha indignação!
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