para lembrar o nefando primeiro de abril de 1964, a poesia de Affonso Romano de Sant'Anna para meditar... 1. Uma coisa é um país, outra um ajuntamento. Uma coisa é um país, outra um regimento. Uma coisa é um país, outra o confinamento. Mas já soube datas, guerras, estátuas usei caderno “Avante” – e desfilei de tênis para o ditador. Vinha de um “berço esplêndido” para um “futuro radioso” e éramos maiores em tudo – discursando rios e pretensão. Uma coisa é um país, outra um fingimento. Uma coisa é um país, outra um monumento. Uma coisa é um país, outra o aviltamento. Deveria derribar aflitos mapas sobre a praça em busca de especiosa raiz? ou deveria parar de ler jornais e ler anais como anal animal hiena patética na merda nacional? Ou deveria, enfim, jejuar na Torre do Tombo comendo o que as traças descomem procurando o Quinto Império, o primeiro portulano, a viciosa visão do paraíso que nos impeliu a errar aqui? Subo, de joelhos, as escadas dos arquivos nacionais, como qualquer sa